O líder do PS/Madeira, Carlos Pereira, defendeu hoje que o Governo Regional deve empenhar-se num projeto de regionalização de mobilidade aérea, criticando a inércia do executivo para atrair mais companhias para a região.
“O PS chegou a uma conclusão: que devia ser equacionada pelo Governo Regional, consideramos que é preciso que se empenhe em regionalizar o modelo de mobilidade aérea”, disse o responsável socialista madeirense em conferência de imprensa.
Carlos Pereira realçou que as “responsabilidades de financiamento e de continuidade territorial” devem manter-se na esfera do Estado, “mas a implementação do modelo deve estar centrada nas mãos dos governos regionais que tem perfeita perceção da realidade” dos respetivos territórios.
Por isso, no seu entender, é “indispensável” que seja equacionado e implementado um “modelo adaptado à região”.
O dirigente socialista insular criticou o atual modelo do subsídio de mobilidade em vigor há cerca de dois anos, considerando que não “favorece os madeirenses”, tendo sido o executivo madeirense “incapaz” de corrigir diversas situações como a imposição do teto máximo de 400 euros nas viagens, o que “fez descolar os preços”, aspetos relacionados com a utilização do cartão de crédito.
Carlos Pereira ainda vincou que “o Governo Regional inventou um modelo que não favorece os madeirenses”, mencionando que na altura do Natal as viagens entre o território continental e a Madeira estão a custar cerca de 600 euros.
“Este modelo de liberalização aérea tem que ter concorrência”, sublinhou também o líder do PS/Madeira, censurando a inércia do Governo Regional face às notícias de que a easyJet se prepara para abandonar esta linha.
Na sua opinião, “é constrangedor” ver que o governo insular “não mexe uma palha para resolver o problema e continua a encontrar um bode expiatório em todo o lado, isentando do seu dever, que é salvaguardar os interesses dos madeirenses e porto-santenses”.
Ainda complementou que se a easyJet abandonar esta rota e não entrar nenhuma outra companhia, “o modelo de mobilidade tal como foi criado, morreu”, porque passa a existir “uma liberalização com uma única companhia, o que significa um monopólio, sem qualquer responsabilidade de serviço público”.
“Não se pode ouvir o Governo Regional dizer que atraiu centenas de companhias para a Madeira, quando não consegue atrair uma companhia para fazer a viagem entre a Madeira e o continente”, sustentou.
Carlos Pereira questionou o Governo Regional sobre “que medidas serão tomadas para garantir que não há fuga de uma companhia área da Madeira” e para “atrair mais companhias de modo a que o modelo funcione bem”.
Ainda perguntou sobre que medidas vão ser adotadas “para garantir que os madeirenses têm preços de viagens razoáveis em alturas de pico de procura”.
LUSA