“Senhora Ministra, é lamentável que a democracia sueca apoie os planos e personagens criados por Washington para destruir a democracia venezuelana e repita literalmente o roteiro de Donald Trump”, escreveu o Ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, na rede social Twitter.
Na mesma mensagem, o Ministro afirma que “a Suécia não se caracterizava por apoiar o ‘golpismo’ nem por violar a Carta da Organização das Nações Unidas”.
O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, realizou hoje, um encontro virtual com Ann Linde, durante o qual conversou sobre a crise política, económica e social na Venezuela.
“Obrigado à ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, por apoiar a Venezuela”, publicou pouco depois o dirigente oposicionista, também no Twitter.
Guaidó escreveu ainda que a agenda da oposição é “fazer face à emergência humanitária e pressionar por condições para eleições livres e justas que permitam recuperar a democracia”.
“Essa é a nossa agenda com o mundo livre e contamos com o seu apoio”, frisou.
Também no Twitter, a ministra sueca disse que falou com o opositor venezuelano a quem “reafirmou (…) o compromisso da Suécia com a ajuda humanitária e com o apoio a todos os atores que trabalham por um retorno pacífico à democracia na Venezuela”.
“A perseguição, pelo regime, de opositores políticos, é inaceitável”, considerou.
No passado dia 02 de março, Juan Guaidó, anunciou que tinha também conversado, por videoconferência, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, naquele que foi o primeiro contacto desde que Joe Biden assumiu a Presidência dos EUA, a 20 de janeiro deste ano.
“Estivemos a conversar com o secretário de Estado [Antony Blinken] e também com o Ministro de Relações Exteriores do Canadá [Marc Garneau], como parte da agenda de alianças internacionais para resgatar a democracia", disse Juan Guaidó aos jornalistas.
Guaidó explicou que a oposição venezuelana e os EUA estão a tentar “aumentar a pressão sobre o regime” do Presidente Nicolás Maduro, procurando também “alternativas à emergência humanitária complexa, com o sistema Covax [plataforma de acesso às vacinas contra a covid-19, da Organização Mundial da Saúde], para a vacinação e atenção aos migrantes” venezuelanos.
Num comunicado posterior, Guaidó disse ter expressado o seu “compromisso” em “trabalhar em cooperação com os Estados Unidos e outros aliados, para parar com o sofrimento” dos venezuelanos, “aumentando significativamente a assistência humanitária” ao povo da Venezuela.
Na nota, indica que a conversa com Blinken incidiu ainda sobre os "esforços para trabalhar com aliados com ideias afins, incluindo a União Europeia, o Grupo de Lima, a Organização dos Estados Americanos e o Grupo de Contacto Internacional, para aumentar a pressão multilateral e impulsionar uma transição pacífica e democrática” na Venezuela.
“O secretário Blinken aplaudiu os esforços para encontrar soluções para aliviar o sofrimento (dos venezuelanos) e comprometeu-se com o apoio contínuo dos Estados Unidos”, frisou Guaidó, citado no comunicado.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.