Naquela que é uma das últimas sessões semanais de debate com os deputados antes de sair de funções, Johnson indicou que "todos os oito candidatos” à liderança do Partido Conservador “vão continuar com o maior programa de infraestruturas, formação e tecnologia” testemunhado no país “para nivelar de forma a beneficiar os eleitores de todos os deputados”.
“É verdade que eu não vou sair por escolha própria, mas estou orgulhoso do fantástico trabalho de equipa que estive envolvido em todos os projetos nacional e internacionalmente, e também estou orgulhoso da minha liderança. Vou sair em breve com a minha cabeça bem erguida”, afirmou.
Boris Johnson demitiu-se da liderança dos ‘tories’ (conservadores) na semana passada na sequência da saída de mais de 50 membros do Governo, que responsabilizaram o primeiro-ministro por uma série de escândalos.
Para substituí-lo, o grupo parlamentar do Partido Conservador iniciou uma eleição para a qual oito candidatos se qualificaram, realizando-se hoje à tarde a primeira volta de votações para reduzir o número até dois finalistas.
O vencedor final será escolhido pelos militantes de base do partido e anunciado a 05 de setembro, mas como o parlamento encerra para férias na próxima semana os debates serão interrompidos.
Johnson comentou que é possível que "o próximo líder seja eleito por aclamação” se um dos finalistas desistir, encurtando o processo, mas as regras determinam que os candidatos devem continuar até à fase final.
O líder do Partido Trabalhista, a principal força da oposição britânica, Keir Starmer, acusou os aspirantes à sucessão de Boris Johnson de prometerem 15 cortes fiscais no valor de 330.000 milhões de libras (391.000 milhões de euros).
“Isso é cerca de metade do orçamento total do NHS [o serviço público de saúde do Reino Unido]. Infelizmente não tiveram tempo de explicar como é que vão pagar [pelos cortes]”, ironizou.
O início do debate, quando Boris Johnson ia começar a falar, foi perturbado pelos deputados do partido escocês independentista Alba, Neale Hanvey e Kenny MacAskill.
Ambos foram expulsos pelo presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, porque se recusaram a sentar em silêncio, e suspensos do parlamento durante um dia.