“Fizemos um acordo para tirar a direita do Governo da República. A condição que o BE pôs à cabeça foi o descongelamento das pensões e a proteção da Segurança Social. Não o fizemos por acaso”, argumentou a dirigente bloquista num almoço comício no Funchal, na Praça do Peixe, que reuniu cerca de 400 pessoas.
Catarina Martins complementou que a decisão esteve relacionada com o facto de “PSD e CDS terem prometido à União Europeia que iam fazer um ajustamento que, como Maria Luis Albuquerque [ministra das Finanças do anterior Governo do PSD] disse, significava um corte de 600 milhões de euros às pensões todos os anos”.
A responsável explicou que, entre 2017 e 2019, “os pensionistas iam ter cortes”, uma situação que “era preciso travar”.
“Mas o PS também prometia, não os cortes diretos, mas indiretos de congelamento com 250 milhões de euros a serem tirados aos pensionistas a cada ano”, acrescentou.
A coordenadora realçou que foi esta política que levou o BE a colocar “como condição inicial o descongelamento das pensões, porque quem trabalha toda uma vida, paga as suas contribuições” e acaba pagando a “riqueza do país não pode ser tratado como a peste grisalha, como fez o PSD”.
Considerando que existem “condições melhores de acesso à reforma e foi feito um pouco mais de justiça”, Catarina Martins opinou que as reformas “são baixas demais” e é “indigno um país por os reformados a escolher entre o jantar e os medicamentos”.
“É por isso que sabemos que não chega o caminho que foi feito até aqui e é preciso fazer mais e vamos a estas eleições europeias dizer que é preciso mais respeito por quem trabalhou e proteger as pensões”, declarou.
Catarina Martins disse ter lido que Pedro Passos Coelho (PSD) “vai entrar na reta final desta campanha eleitoral do PSD”, o que seria uma oportunidade para “explicar os cortes” de 600 milhões que pretendia fazer ou o PS elucidar “porque pretendia congelar os 250 milhões”.
“A sustentabilidade da Segurança Social consegue-se com emprego, crescimento da economia e mais gente a contribuir para um sistema que é de todos”, argumentou, realçando que “é isso que está em debate na Europa”.
“É por isso, que dia 26, votar é proteger as pensões”, sublinhou.
C/ LUSA