“A TAP dá-se ao luxo de tratar mal os madeirenses e esta rota da Madeira, porque foi criado um enquadramento legal que permite abusar e não temer sofrer consequências”, disse Paulino Ascensão em conferência de imprensa no Funchal.
O dirigente censurou o facto de a transportadora aérea nacional ter encerrado o balcão no Funchal, o que, no seu entender, “prejudica a qualidade de serviço prestado aos madeirenses” e “resulta da privatização, liberalização e ausência de concorrência”.
Segundo o responsável, este “mau tratamento” reflete-se “no encerramento da loja, na subida dos preços para valores estratosféricos e cancelamento de voos sem ser por razões meteorológicas, por razões operacionais, sem explicitar”.
No entender do BE, “a TAP faz isto porque pode – não teme perder negócios ou clientes e não tem concorrência”.
Noutras rotas, diz o partido, a postura é diferente.
Por isso, o BE critica as forças políticas que decidiram liberalizar a rota da Madeira e defende que se deve “voltar ao modelo de serviço público”, argumentando que, “passados 10 anos, está visto que não há concorrência”, e o atual modelo “não funciona, não serve os madeirenses”.
Segundo Paulino Ascensão, é preciso “criar regras que protejam os madeirenses, os passageiros, e que as companhias, neste caso a TAP, sejam obrigadas a cumpri-las”.
A liberalização do transporte aéreo entre a Madeira e o continente português, que entrou em vigor em abril de 2008, pôs termos à imposição de obrigações de serviço público, até então assumidas pela companhia de bandeira TAP em code-share (partilha de voos) com a SATA.
A liberalização permitiu a entrada de outras companhias aéreas nesta rota.
C/ LUSA