“É um insulto o que a administração da TAP fez ao país e creio que da parte do Governo, que é quem representa o Estado junto da TAP, porque é o representante do acionista deveria merecer um enorme reparo”, defendeu o líder parlamentar do BE.
Pedro Filipe Soares, que falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa dos 112 anos da implantação da República, em Lisboa, reagiu assim às notícias que dão conta de que a TAP encomendou dezenas de carros de luxo para administradores executivos e diretores de topo, uma investigação da CNN Portugal, segundo a qual estas viaturas vão substituir a atual frota automóvel da companhia aérea.
“Quando tivemos milhares de milhões de euros de dinheiros públicos que foram usados para salvar a TAP por ser estratégica para o país, e nós consideramos que é estratégica para o país, não faz sentido que o dinheiro público seja usado com decisões que são incompreensíveis como essa”, defendeu o deputado.
O líder parlamentar do BE apontou que “também é um insulto ao país a ideia do Governo de injetar milhares de milhões de euros na TAP no ano passado, há dois anos, e agora dizer que ela está disponível para ser privatizada”.
E defendeu que “isso não é compreensível porque se ela era estratégica no passado, é estratégica no presente e será estratégica no futuro, tem é que ser salvaguardado o interesse público”, considerando que “parece mais um exemplo” de que isso não está a acontecer.
A TAP defende que a renovação da frota automóvel para a administração e gestores permite uma poupança de 630 mil euros anuais, justificando que a decisão foi assente neste racional ao mesmo tempo que cumpre os contratos.
“A Comissão Executiva quer esclarecer que a TAP dispõe de uma frota automóvel corporativa para a administração e diretores, em regime de ‘renting’ operacional. Com a opção que fizemos, estamos a poupar anualmente até 630 mil euros, se tivéssemos mantido os carros que temos hoje”, refere a empresa num comunicado interno, ao qual a Lusa teve acesso.
A TAP justifica que em causa estão 50 viaturas, para o qual foi feito um concurso ao mercado, tendo sido convidadas a participar seis entidades no mercado português.
“A proposta escolhida foi a que apresentou o preço mais baixo, com uma renda mensal de 500 euros. Como referência, as outras propostas apresentadas à TAP com valor mais competitivo contemplavam rendas mensais de 750 euros”, explica a Comissão Executiva da TAP, no referido comunicado.