Liliana Rodrigues viu aprovadas 79 das suas emendas na Comissão dos Assuntos Externos (AFET) do Parlamento Europeu num documento sobre as questões migratórias. O relatório, com o título Direitos Humanos e Migração em países terceiros, estava a ser negociado há mais de 3 meses e foi aprovado ontem, dia 12 de Julho, com 47 votos a favor, 11 contra e 1 abstenção.
“Quando escrevi as emendas tive muito presente países como a Turquia, o Líbano e a Jordânia, entre outros, que têm sido aqueles mais atingidos pela crise migratória dos refugiados. A minha maior preocupação são os grupos de risco, nomeadamente as mulheres, as crianças e os idosos”, afirmou Liliana Rodrigues, acrescentando que “neste relatório foram garantidos 31 compromissos entre os diversos grupos políticos, o que demonstra uma franca preocupação do Parlamento Europeu com a crise migratória que atinge os países terceiros. Quando estive na Turquia algumas respostas ficaram por dar em relação à política de migração e espero que este documento seja cumprido pelos países que, não pertencendo à União Europeia, recebem financiamento europeu para fazer face às migrações”.
Até à data, a Turquia recebeu cerca de 3 milhões de refugiados. No Líbano, com uma população de 4,5 milhões, cerca de um quarto dos seus cidadãos é refugiado e na Jordânia vivem 2 milhões de refugiados registados numa população total de 6,5 milhões.
A deputada socialista vincou ainda a profunda solidariedade demonstrada por estes e outros povos, relembrando que, “sendo a Síria o caso mais mediático, temos outros países com fluxos migratórios preocupantes da África subsariana, destacando-se os casos dos atentados profundos aos direitos humanos na Eritreia e no Sudão. Desenhei o acompanhamento deste relatório sobre quatro eixos: 1. direitos das crianças, das mulheres e dos géneros; 2. educação e formação; 3. segurança e 4. desenvolvimento regional. Este não é apenas mais um documento. Estamos a falar de mulheres e homens que são perseguidos por razões de ordem diversa. Se pensarmos, por exemplo, no caso do Sudão, onde há ordem para os militares violarem as mulheres e degolarem os homens, conseguimos perceber o porquê daquelas pessoas fugirem do país. Não é só a Síria, há muitos outros casos onde a violência e a tortura são uma presença constante. Não tenho dúvidas de que estas pessoas precisam de protecção urgente. Os portugueses são conhecidos pela sua capacidade de integração dos outros no seu país e penso que essa herança é visível naquilo que tentei transmitir neste relatório. Estou feliz com o resultado final. Os relatores conseguiram fazer um bom trabalho”.