O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,considerou hoje que os "anos heroicos" de combate à pandemia de Covid-19 permitiram demonstrar a qualidade do ensino de medicina e da ciência em Portugal.
"Em 100 anos de vida coletiva não conhecemos uma experiência comparável àquela que vivemos e que estamos ainda a viver. E que permitiu demonstrar a qualidade do nosso ensino de medicina, a qualidade da nossa ciência, mas também a presença no terreno, a dedicação, a solidariedade, o sentido do real, a resistência [dos profissionais de saúde]", disse, identificando as qualidades essenciais ao exercício da medicina.
O chefe de Estado presidiu hoje ao Dia da Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), tendo-se associado à imposição das medalhas aos novos médicos, aos quais irão juntar-se os novos mestres de outros cursos do 2º ciclo, os novos doutores e os novos professores agregados.
Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrou a sessão comemorativa, considerou, contudo, que só com "paixão" é possível ultrapassar todos os obstáculos, fazendo votos para que esta nunca abandone os novos médicos e professores.
"Os obstáculos serão constantes. Falta de meios materiais, falta de recursos financeiros, falta de condições sociais, problemas de toda a ordem – organizativos, de funcionamento – vos perseguirão, mas tudo isso é apesar de tudo ultrapassável na base da vossa paixão. Ela ultrapassará todos os obstáculos", observou.
O chefe de estado sublinhou, no entanto, que a exigência à "sociedade como um todo" deve manter-se.
"Aquilo que a sociedade não exige, não se esperará que os seus responsáveis exijam, porque eles são o retrato da sociedade, em democracia eles são o retrato da sociedade. Aquilo que falha nos responsáveis, falha porque a sociedade deixa que falhe. De outra forma não falhava", argumentou.
Agradecendo à FMUP, que vai completar 200 anos, o que tem feito pelo país, o Presidente da República defendeu a ideia de que o futuro é o que mais importa, salientando que do passado importa retirar lições.
"É muito importante o passado, mas o passado só importa para retirarmos lições para o presente e para o futuro. O importante na nossa vida é sempre o futuro. Estejamos no início da vida, estejamos mais perto do seu termo, é sempre o futuro", rematou.