O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, assegurou hoje que, enquanto for líder do executivo, não permitirá a entrada de novas empresas no mercado da banana, de modo a evitar a desregulação do setor.
"Há um conjunto de pessoas que quer entrar no mercado e desregular o mercado, para baixar os preços e ganhar dinheiro à custa do produtor, mas enquanto eu for presidente do Governo isso não vai acontecer", afirmou Miguel Albuquerque, durante uma visita ao Centro de Horticultura das Preces, no concelho de Câmara de Lobos.
O chefe do executivo disse que a banana da Madeira é a "mais bem paga da Europa" e vincou que o setor está organizado no sentido de continuar a assegurar "o maior rendimento" para os produtores.
"Enquanto eu estiver no Governo, quem vai fazer o processamento e a comercialização da banana é a GESBA (a única empresa de gestão do setor)", concluiu.
Em 2017, os produtores de banana receberão 0,054 euros por quilo entregue na GESBA, bem como um incentivo à produção de 0,02 euros por quilograma. Por outro lado, a ajuda comunitária cifra-se nos 0,392 euros por quilo.
No decurso da visita ao Centro de Horticultura das Preces, onde foram feitas algumas obras de remodelação, Miguel Albuquerque salientou a importância de associar a agricultura ao desenvolvimento técnico, ao conhecimento e à investigação científica.
"Temos feito uma aposta na revitalização da nossa agricultura, vocacionada para especificidades próprias, para produtos próprios com valor-acrescentado", disse, sublinhando que a aposta nunca poderá ser na quantidade, mas na "excelência".
O Centro de Horticultura das Preces dedica-se fundamentalmente ao desenvolvimento de sementes para posterior entrega aos agricultores – cerca de 1,275 milhões por ano – e, simultaneamente, procede à experimentação de várias culturas, algumas delas em colaboração com a Universidade da Madeira.
No final da visita, o presidente do Governo Regional comentou as recentes tentativas de reintrodução do pastoreio livre nas serras da Madeira, levadas a cabo por um grupo de cidadãos, considerando que tal nunca será permitido.
"Não há pastoreio livre na Madeira por questões de segurança, de salvaguarda da integridade física e dos bens dos cidadãos", disse Miguel Albuquerque, vincando que, por outro lado, ao nível do pastoreio ordenado já foram emitidas mais de 100 licenças.
Lusa