Miguel Albuquerque (PSD) e Paulo Cafôfo (PS) são os principais protagonistas das eleições regionais na Madeira, agendadas para 22 de setembro de 2019, e partem ambos confiantes na vitória, mas também conscientes da dificuldade em obter maioria absoluta.
"Estou francamente otimista em relação às eleições regionais e vamos para ganhar", afirmou à agência Lusa Miguel Albuquerque, atual chefe do executivo regional, considerando que, no caso de o PSD perder a maioria absoluta (atualmente conta com 24 deputados num total de 47), encontrará sempre "soluções no quadro parlamentar".
Paulo Cafôfo realça, por seu lado, que está "perfeitamente habituado" a trabalhar em coligação, já que em 2013 derrotou o PSD na Câmara Municipal do Funchal, após cerca de 40 anos de governação ininterrupta, como cabeça de lista da Mudança (PS/BE/PTP/MPT/PAN/PND) e depois, em 2017, foi reeleito pela Confiança (PS/BE/JPP/PDR/Nós, Cidadãos!).
"Eu diria que sou a pessoa com maior experiência e com maior preparação para enfrentar esse desafio de fazer a democracia acontecer, porque a maioria faz-se não de absolutismos, mas de uma postura de negociação e de compromisso", afirmou, sublinhando que 2019 ficará na "história da região" e será o ano político "mais importante" após o 25 de Abril de 1974.
Paulo Cafôfo, que concorre como independente nas listas do PS, assegura, no entanto, que avança sozinho e considera a possibilidade de coligação apenas em contexto pós-eleitoral.
Sondagens divulgadas pela imprensa regional nos últimos meses mostram um equilíbrio entre os dois principais candidatos, indicando ora a vitória de um, ora a do outro, mas sempre sem maioria absoluta, característica inédita em eleições para o Governo Regional da Madeira.
Miguel Albuquerque considera, no entanto, que "uma coisa é falar, outra é chegar ao dia das eleições", e sublinha que o PSD é o "baluarte" da defesa da autonomia política contra o "projeto centralista de Lisboa", que diz atuar na Madeira através da "delegação" local do socialismo/bloquismo.
"Eu parto confiante [que vou ganhar], mas com a devida humildade. Temos de explicar às pessoas qual é a importância de o PSD continuar a liderar os destinos da região para salvaguarda da autonomia política e da liberdade", disse.
Albuquerque substituiu o histórico Alberto João Jardim na liderança do executivo regional em 2015 e, agora, considera importante explicar à população quais têm sido as "políticas positivas" do governo, ao mesmo tempo que pretende continuar a "denunciar a fraude" que é a oposição.
Do outro lado, Paulo Cafôfo fala de um "novo ciclo que se perspetiva" e de uma "nova geração de políticas", prometendo "outro olhar sobre os problemas" e garantindo que haverá mais soluções e menos desculpas.
"Continuarei a fazer política pela positiva. É importante projetar uma mudança na região, elencando problemas e apontado caminhos para o futuro, envolvendo as pessoas", disse, realçando que o seu modelo assenta em três áreas "claramente definidas": educação, economia e saúde.
Já Miguel Albuquerque insiste em que o PSD/Madeira cumpriu "todos os seus objetivos e os compromissos com a população".
"Temos crescimento económico, temos mais e melhor emprego, temos investimento privado, temos mais proteção, apoio e coesão social, temos menos impostos, temos mais rendimento disponível para as famílias, temos melhor educação, mais investimento público e melhor saúde, temos mais ciência, mais inovação, mais cultura e mais investigação", indicou.
LUSA