O presidente do Governo Regional da Madeira afirmou hoje que a remodelação que efetuou na orgânica do executivo insular resulta da necessidade de "melhorar a eficácia" e fazer face a um "novo ciclo de expansão e crescimento".
Depois de referir que os dois primeiros anos do mandato representaram "um passo difícil" e que "foi um trabalho muito árduo", à margem de uma conferência no Funchal, o social democrata Miguel Albuquerque sublinhou que, neste momento, a Madeira "está num novo ciclo, de expansão e crescimento, que exige também um bom governo".
No seu entender, "o período mais difícil do Governo da Madeira já passou".
O chefe do executivo madeirense salientou que as alterações que foram anunciadas quarta-feira são da sua "inteira responsabilidade" e surgiram da "necessidade de melhorar a eficácia do Governo" madeirense.
O governante elogiou e agradeceu o trabalho "belíssimo" dos três secretários regionais que cessam funções, nomeadamente o das Finanças e Administração Pública, Rui Gonçalves, o da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, e o dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques.
"Todos os secretários saíram com cumprimento da sua missão e fizeram um trabalho belíssimo, a quem aproveito para agradecer", disse, argumentando que "esta situação é apenas uma necessidade política de adaptação do governo a uma nova realidade".
Miguel Albuquerque rejeitou a ideia de que a remodelação tenha surgido para dar "um novo fôlego" ao executivo madeirense, argumentando: "Temos de adaptar a estrutura organizativa do governo às necessidades da conjuntura".
Também realçou que estas decisões devem ser tomadas com "ponderação", "calma" e "lucidez, porque "o tempo político não deve ser um tempo de voragem mediática", apontando que não representa "nenhum drama".
"Até agora atravessamos um cabo muito difícil de transpor porque o tempo hoje passa muito rápido e as pessoas às vezes parece que estão distraídas", opinou.
Recordou que quando chegou ao Governo Regional, na Madeira, "o desemprego era 15.8%", foram pagos "47 milhões de euros de medicamentos que estavam em atraso, mais de 200 milhões só no Serviço Regional de Saúde (SESARAM)".
Albuquerque acrescentou que o executivo madeirense também conseguiu "tirar a região do programa de ajustamento económico e financeiro e conseguiu fazer com que o investimento voltasse à Madeira".
"Neste momento, a recuperação económica é óbvia e a diminuição do desemprego também", reforçou.
Questionado se esta remodelação governativa é consequência do mau resultado do PSD nas eleições autárquicas, Albuquerque respondeu que o executivo madeirense está "a meio do mandato".
"Não vale a pena fazer dramas por causa das eleições autárquicas porque se formos a ver em número de votos o PSD, nós subimos, portanto não descemos", vincou, admitindo que o partido também "não ganhou as eleições".
O PSD passou a governar apenas três dos 11 municípios da Madeira, tendo apoiado o candidato do movimento de cidadãos no concelho de São Vicente.
Contudo, na sua opinião, "agora não vale a pena fazer dramas e dizer que foi uma derrota dramática, porque não foi".
Ainda rejeitou que a alteração governativa evidencie "fragilidade" do executivo do arquipélago, considerando que até "demonstra a dinâmica do Governo, porque é melhor as coisas mudarem para melhor do que não mudarem e a situação entrar em declínio".
"Agora é ao contrário, nós vamos sempre melhorar e mudando para melhor", concluiu.
O novo Governo Regional passa a ter um vice-presidente, Pedro Calado, que tutela as áreas das Finanças, Economia, dos Transportes e a coordenação política.
Tem ainda como novos elementos Paula Cabaço (secretária do Turismo e Cultura) e Amílcar Gonçalves (secretário dos Equipamentos e Infraestruturas).
Saíram do executivo Eduardo Jesus (Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura), Rui Gonçalves (Secretaria Regional das Finanças e da Administração Pública) e Sérgio Marques (Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus).
LUSA