A caravana da Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) visitou hoje, ao final da tarde, o Centro de Migrações do Fundão, que acolhe atualmente mais de 250 migrantes de 42 nacionalidades – entre trabalhadores temporários da agricultura, estudantes e refugiados – mas com capacidade para cerca do dobro.
Na visita, Sebastião Bugalho conversou com três migrantes, um dos quais, um afegão de 29 anos, Nematullah Alemi, se tornou um caso de sucesso e já serve de intérprete aos restantes.
“Obrigada pela ajuda do Governo de Portugal para mim, para a minha família e para as pessoas afegãs que estão a viver aqui em Portugal, especialmente no município do Fundão”, disse, explicando que são mais de 50 os afegãos que residem neste município.
Na resposta, o cabeça de lista da AD disse que é “a democracia portuguesa que lhe agradece”.
“Estaremos sempre comprometidos com os que fogem de guerras”, afirmou, dizendo que Portugal é “um porto de abrigo seguro” para os refugiados.
O presidente da Câmara do Fundão, o social-democrata Paulo Bernardes, deixou um desafio ao candidato: que o problema das migrações tenha, em Portugal, uma resposta simultânea “à escala global e à escala local”.
“No final do dia, é na proximidade que esta questão tem de ser abordada”, defendeu o autarca, que ocupa o cargo desde 2012.
Paulo Bernardes explicou ter sentido a necessidade, há alguns anos, de fazer do acolhimento dos migrantes “a grande questão” dos seus mandatos.
“A autonomia dos mais vulneráveis demora cerca de cinco anos nos campos de refugiados da Grécia, Itália ou Espanha. Aqui demora menos de um ano, por isso é que somos uma das capitais europeias da inclusão e diversidade”, salientou.
Sebastião Bugalho assegurou o compromisso da AD em melhorar o pacto europeu para as migrações e defendeu que o reforço dos mecanismos de imigração legal irão “beneficiar estruturas” como o Centro de Migrações do Fundão.
“Sinto-me compelido em nome da AD de me curvar em gratidão democrática pelo trabalho que o Fundão faz por estas comunidades”, disse.
O cabeça de lista da AD saudou que Marta Temido vá na sexta-feira visitar o mesmo espaço – onde também já esteve em maio a líder do BE, Mariana Mortágua – e desejou que todos os candidatos tenham interesse no centro do Fundão, inaugurado em 2019 pela então ministra do PS Maria Manuel Leitão Marques.
Já o presidente da concelhia do PSD e vice-presidente da autarquia, Miguel Gavinhos, saudou que a campanha da AD tenha alterado o seu plano inicial de campanha para visitar este centro, mas não resistiu a deixar um remoque à candidata socialista.
“Vamos dar-lhe a oportunidade de dizer aos 89 refugiados da Ucrânia que aqui vivem que não há desculpas a pedir pelo Presidente do seu país que está em guerra”, disse, numa referência à polémica entre as duas candidaturas, depois de Bugalho ter dito que a visita de Volodomir Zelensky a Portugal na terça-feira foi “um dia de festa” e Marta Temido o ter acusado de imaturidade.
No final, foi oferecida ao candidato da AD uma caixa de cerejas do Fundão para lhe dar “força vitamínica” para os últimos dias de campanha, que decorre até 07 de junho.
Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 09 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.
Lusa