"Terei oportunidade de, no quadro que institucionalmente é próprio – e fica essa informação -, na próxima segunda-feira estar no gabinete do senhor representante da República a apresentar nomes e o sentido da orgânica do governo", afirmou, à margem do ‘briefing’ diário sobre a crise sismovulcânica em São Jorge, no concelho de Velas.
Segundo o social-democrata, assim serão cumpridos "os trâmites que correspondem a um percurso de lealdade institucional de fazer primeiro o que é primeiro, dizendo primeiro a quem de direito".
Depois, acrescentou, "será pública toda essa alteração governativa".
O jornal Açoriano Oriental noticia hoje que o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) vai sofrer uma remodelação, que implica a saída de secretários regionais e uma nova orgânica.
O líder regional referiu que após a apresentação ao representante da República, Pedro Catarino, vai decorrer a nomeação e a tomada de posse dos novos governantes.
“A todos os que prestaram serviço público democrático e autonómico só tenho reconhecimento e gratidão a deixar, com cortesia pessoal e também com forte sentido de justiça”, assinalou.
Questionado sobre se a decisão foi motivada pela decisão do Chega, que anunciou o fim do apoio ao executivo açoriano, Bolieiro afirmou que o poder de promover alterações no elenco governativo é “exclusivo do presidente”, mas ressalvou que não é “cego, surdo e mudo”.
“Qualquer alteração no modelo governativo é do presidente do governo, mas obviamente que considero tudo e todos para fazer o bem, num compromisso de estabilidade”, afirmou.
O social-democrata referiu que “os Açores e os açorianos não apreciam os instáveis e os precipitados, porque não favorecem a competência nem a boa performance” nas funções públicas e políticas.
“Eu procuro cumprir esta lição de vida. Já estamos há muitos anos na política”, disse.
Em 06 de abril, o deputado do Chega/Açores, José Pacheco, revelou à Lusa que “acabou” o apoio do partido ao Governo Regional e avançou que pretende reprovar o próximo Orçamento da região, que vai ser discutido no final do ano.
O deputado, que tem com o executivo um acordo de incidência parlamentar, reforçou que “continua sem ter eco das propostas” apresentadas para viabilizar o Orçamento Regional de 2022, como as viaturas para a corporação de bombeiros e os incentivos à natalidade, notando estar por fazer a remodelação no executivo liderado por José Manuel Bolieiro, como o Chega tinha exigido.
A coligação pós-eleitoral (PSD/CDS-PP/PPM) que formou o Governo dos Açores fez acordos de incidência parlamentar com o Chega e o deputado independente, ao passo que o PSD o fez com o deputado único da IL.
Os três partidos que compõem o executivo não têm maioria absoluta no parlamento regional.
Lusa