O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, refutou na terça-feira, no Porto, que a discussão em torno da regionalização seja feita "com falinhas mansas ou jantarinhos", reivindicando "coragem" nesse confronto político.
Num debate com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no âmbito do "Conversas à Porto" sobre a descentralização e a regionalização, Miguel Albuquerque vincou que "só com coragem" esse confronto político pode ser encarado.
"A regionalização não vai lá com falinhas mansas ou jantarinhos", argumentou o político madeirense de uma política cuja "macrocefalia, mais tarde ou mais cedo, vai fazer perceber às pessoas que o país não tem condições de competir na Europa".
Vincando ser Portugal "o país mais centralista da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico", Miguel Albuquerque considerou inaceitável que o país "insista num modelo social em que os cidadãos pouco intervêm".
Sobre a centralização, garantiu que "ninguém ganha, mas antes todos ficam a perder dadas as assimetrias de desenvolvimento", salientando o "bom exemplo da Madeira", que em 30 anos "passou da região mais pobre do país para a mais próspera".
Rui Moreira alinhou no tom crítico, dizendo "haver uma nomenclatura que não quer partilhar o poder" para depois defender uma "regionalização política".
"Temos de ter um país que se lembre de nós [região norte] não apenas quando está doente, mas também quando está de boa saúde", afirmou o autarca do Porto.
O debate foi promovido pela Associação Cívica – Porto, o Nosso Movimento.
LUSA