Esta posição de António Costa foi transmitida na parte final da reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, na sequência de intervenções proferidas pela futura líder parlamentar do PCP, Paula Santos, e pela ainda deputada do PEV Mariana Silva sobre a intervenção militar da Rússia na Ucrânia.
“Senhora deputada Paula Santos, senhora deputada Mariana Silva, desculpem a franqueza, mas não sejamos ingénuos, porque não estamos num conflito entre duas partes, não estamos aqui entre duas forças agressoras. Estamos perante um país que estava em paz e que, em violação do Direito Internacional, foi agredido, invadido e que está a ser vítima de uma guerra criminosa”, reagiu o líder do executivo.
Falando no encerramento do debate da Comissão Permanente sobre a agenda do próximo Conselho Europeu, o líder do executivo, ainda em resposta ao PCP e PEV, assumiu que todos “defendem a paz”.
“Mas, efetivamente, a paz não se defende só com manifestações a dizer não à guerra. A paz defende-se também com a dissuasão e, por isso, Portugal cumpre o seu dever de contribuir para a ação dissuasora da aliança defensiva em que está integrado, a NATO”, sustentou.
Por esta via, de acordo com António Costa, procura-se “garantir que, para além da agressão à Ucrânia, não há nenhuma agressão a nenhum país da NATO”.
“Não vamos participar na guerra, mas vamos participar na defesa contra a guerra e a ameaça contra a guerra. Por isso, não podemos dizer que somos fiéis de uma balança onde há dois pesos iguais. Não há dois pesos iguais, senhoras deputadas. Há um país que estava em paz e que quis a paz. E outro país que desencadeou a guerra”, acrescentou.