As forças políticas da oposição [PS, CDS, JPP, BE, PCP, PTP e deputado único (ex-PND)] criticaram o executivo madeirense por não se comprometer com uma data para avançar com o lançamento deste concurso para a construção da nova unidade hospitalar da Madeira.
A situação foi suscitada no decorrer de um debate potestativo requerido pelo grupo parlamentar do PS, subordinado ao tema “a suspensão da construção do novo hospital no presente mandato”.
O deputado do PS/Madeira Victor Freitas censurou o atual Governo Regional por nunca ter considerado a construção do novo hospital da Madeira como “uma prioridade”. O deputado do PS deixou ainda algumas perguntas: ”Quando estará terminado o processo de expropriações? Quando será lançada a primeira pedra? Quando prevê o executivo insular terminar esta obra? Quando e em que ano pretende abrir as portas aos utentes da Madeira e Porto Santo?”.
O deputado do CDS Mário Pereira considerou que este “projeto está mal feito” e não deve ser encarado como apenas uma edificação de paredes.
Ricardo Lume, do PCP, sustentou que o novo hospital deve ser construído com “fundos públicos e excluir qualquer parceria público-privada”, uma situação que, no seu entender, serviria apenas para “beneficiar alguns grupos económicos”.
Por seu turno, a deputada do PTP, Raquel Coelho, vincou que este projeto é um “desígnio nacional que tarda em chegar”, argumentando que “Orçamento do Estado após Orçamento do Estado nenhuma verba é inscrita para a construção do novo hospital”.
O deputado do BE Roberto Almada realçou a “injustiça” e o “estado de desespero” dos proprietários das casas e terrenos a expropriar para a construção deste empreendimento, que “andam há 15 anos em recuos” neste processo, apontando que “o que vão receber não dá garantias de realojamento”.
O deputado independente (ex-PND), Gil Canha, de forma irónica, comparou este projeto a um “funeral colombiano [pessoas que transportam o caixão dão dois passos à frente e um atrás]”, o que evidencia “resistência em chegar ao destino final”.
Também o deputado do grupo parlamentar da maioria social-democrata João Paulo Marques colocou a pergunta se o executivo madeirense “está em condições de lançar o concurso em 2018”.
“Estamos em condições de lançar o concurso, ao contrário do que acontece com o hospital de Lisboa Oriental, esperemos que o Governo da República não nos crie obstáculos”, respondeu o secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos.
Modelo de financiamento do novo hospital da Madeira é um "embuste" – Governo Regional
O vice-presidente do Governo da Madeira declarou ser “indiferente” para a Região o modelo de financiamento para a construção do novo hospital, considerando haver um “embuste” ao projeto por parte da República.
“Por parte da Região é indiferente o modelo de financiamento” para a construção deste projeto, disse Pedro Calado na Assembleia Legislativa da Madeira, num debate potestativo requerido pelo grupo parlamentar do PS subordinado ao tema “a suspensão da construção do novo hospital no presente mandato”.
O governante insular sublinhou que “tem sido um verdadeiro embuste a todos os madeirenses e porto-santenses todo este projeto de financiamento” da nova unidade hospitalar da Madeira.
O responsável mencionou que a República levou “um ano para definir um grupo de trabalho” para abordar esta matéria, cuja ata da primeira reunião definiu que “não existe qualquer impedimento” para a criação de uma parceria público-privada para viabilizar o projeto.
O novo hospital tem um custo estimado de 340 milhões de euros e o Governo da República apenas se comprometeu a cofinanciar 50% do valor da obra, mas não incluiu o montante para outros fins, como as expropriações, criticou ainda o vice-presidente do Governo Regional.
LUSA