O Governo Regional da Madeira vai investir 900 mil euros na requalificação de um troço de estrada com 130 metros, na Quinta Grande, que permanece instável desde o temporal de 20 de fevereiro de 2010.
"Temos de intervir de uma forma mais profunda, sete anos após o 20 de fevereiro, para resolver definitivamente esta situação", declarou hoje o secretário dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques, durante uma visita ao local.
O governante, que tutela as obras públicas, explicou que, até ao momento, o executivo limitou-se a aplicar "paliativos", tendo feito duas reposições de pavimento, que não responderam às necessidades.
O troço em causa estabelece a ligação entre o nó rodoviário da Quinta Grande, no concelho de Câmara de Lobos, e o centro desta freguesia, sendo também usado por quem se desloca ao Cabo Girão, um dos pontos turísticos mais emblemáticos da ilha da Madeira.
A obra, que deverá começar e terminar este ano, implica a construção de um muro com 600 metros ancorado em estacas de betão armado, com uma profundidade entre os 18 e os 28 metros.
No entanto, a zona a pavimentar é apenas de 130 metros.
"Todas as obras de geotecnia são tradicionalmente caras, principalmente quando somos obrigados a recorrer a soluções de engenharia pesada, como é o caso da estacaria em betão armado e muros ancorados", explicou, por seu lado, o diretor regional de Estadas, António Ferreira, vincando que a obra tem "forçosamente" de avançar.
A estrada assenta numa zona de escorregamento de depósitos superficiais, que em algumas partes atingem 12 metros de profundidade, e que caracterizam todo o vale da Quinta Grande.
"Depois desses depósitos entrarem num processo de desestabilização muito dificilmente estabilizam sem uma intervenção externa e, perante situações de pluviosidade agravada, têm tendência a repetir-se, até com repercussões mais agravadas", salientou o diretor regional.
O projeto é totalmente financiado pela Lei de Meios, o mecanismo criado pelo Estado para financiar a reconstrução da ilha após o temporal de 20 de fevereiro de 2010, que provocou mais de 50 mortes e prejuízos superiores a mil milhões de euros.
O governo regional quer inaugurar a via rápida para o estreito a 25 de abril.
LUSA