A Câmara Municipal de Santa Cruz emitiu hoje um comunicado no qual reage ao cancelamento do festival Art’Camacha.
No comunicado, o executivo camarário lamenta a agenda política escondida na decisão da Casa do Povo da Camacha. O executivo camarário refere que em anos anteriores, e sendo o apoio da autarquia semelhante ao que disponibilizaram este ano, sempre se realizou o festival da Camacha. Do documento emitido pela Câmara, constam os seguintes pontos:
1- O que se alterou substancialmente este ano foram os atrasos nos fundos comunitários, mas, mesmo sabendo disto, a Casa do Povo da Camacha poupa o Governo Regional e atira-se à Câmara de Santa Cruz.
2 – Os apoios da Câmara Municipal a este evento não são em dinheiro vivo, mas representam valores que se estimam na ordem dos 13 mil euros, entre cedência de espaço público e isenção de taxas, que são considerados custos para o Município;
3 – Esta atitude da Casa do Povo da Camacha insere-se numa campanha contra esta autarquia, com objetivos políticos claros dada a proximidade das eleições autárquicas. Aliás, igual comportamento esteve na origem do cancelamento do Carnaval deste ano naquela freguesia, que sempre esteve a cargo da Casa do Povo;
4 – Sabe a Casa do Povo da Camacha e o seu responsável máximo as razões porque não pode a autarquia de Santa Cruz estabelecer protocolos de cooperação com associações e clubes. E sabe disto exatamente porque foi o seu responsável máximo, Ricardo Vasconcelos, enquanto deputado municipal do PSD, a assinar o acordo do PAEL que inviabiliza os apoios que agora reclama. Portanto, está queixar-se de quê e de quem?
5- Se não bastasse tudo isto para demonstrar a má fé que orienta todas estas decisões, acresce ainda a circunstância da Casa do Povo da Camacha ter convidado esta autarquia para co-organizadora do ARTCAMACHA apenas a três semanas da realização do evento, não deixando, propositadamente, qualquer margem para que fosse encontrada uma solução. Além disso, queriam que a Câmara assinasse de cruz contratos que não foram objeto de qualquer procedimento legal. Bem sabemos que essa é uma prática do PSD e dos seus elementos, mas esse tempo já passou;
6 – Não se percebe, por isso, que só este ano não seja possível a realização daquele importante evento, quando em anos anteriores esta autarquia disponibilizou exatamente os mesmos apoios. Só a agenda política escondida pode explicar a desonestidade gritante de toda esta situação;
7 – Lamenta-se, por isso, que a Casa do Povo da Camacha prefira defender os interesses partidários dos seus membros, em vez de defender a freguesia que dizem trazer no coração;
8 – Por fim, lembrar que tantas outras associações e clubes da Camacha conseguem realizar, embora com esforço, os seus eventos, e que isso só não seja possível para uma instituição que sempre foi a mais apoiada, criando inclusive situações de desigualdade e injustiça;
9 – Não se percebe, ainda, o luto que a Casa do Povo da Camacha anda a lamentar nas redes sociais, porque foi a própria Casa do Povo, e mais ninguém, a enterrar o ART’CAMACHA.