O anúncio foi feito pelo ministro do Trabalho, Eduardo Piñate, através do canal estatal Venezuelana Televisão (VTV), durante uma marcha que assinalou o Dia do Trabalhador.
“A partir de hoje [01 de maio], entra em vigor um aumento do salário mínimo para sete milhões de Bs [2,06 euros] e o ‘cabaz ticket socialista’ [subsídio de alimentação] para três milhões de Bs (0,89 euros), configurando tudo o que chamamos de ingresso mínimo legal de 10 milhões de Bs”, anunciou.
Segundo o ministro, o aumento abrange as “tabelas salariais de todos os setores” e tem a ver com “todo o sistema de proteção social” dos venezuelanos.
O anúncio provocou reações negativas nas redes sociais, inclusive de utilizadores que se assumiam como simpatizantes do “chavismo”, com alguns a questionarem para que serve este aumento, tendo em conta os altos preços dos produtos alimentares no país.
Na Venezuela, um quilograma de farinha de milho pré-cozido, um dos produtos mais consumidos pelos venezuelanos, custa aproximadamente 0,98 dólares (0,82 euros) e um quilograma de arroz 1,3 dólares (1,08 euros).
Os preços dos produtos no país são atualmente afixados em dólares norte-americanos e em bolívares, segundo a taxa de câmbio diária estabelecida pelo Banco Central da Venezuela.
A crise e a alta inflação têm afastado alguns produtos da mesa dos venezuelanos, que, segundo a imprensa local, consomem agora menos carne, queijo, fiambre e produtos lácteos, entre outros, cujo custo é superior ao do salário mínimo mensal.
Muitas empresas privadas optaram por pagar entre 30 e 60 dólares (entre 25 e 50 euros).
Em março de 2021, segundo o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (Cenda), uma família venezuelana de quatro pessoas necessitava pelo menos 230 dólares mensais (191,35 euros) para cobrir o cabaz básico alimentar.
C/Lusa