A informação foi adiantada hoje pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas (C3S) do gabinete europeu de observação da Terra Copernicus no relatório “Estado do Clima” na Europa 2022.
“A UE está empenhada em aumentar a produção de energia renovável para pelo menos 42,5% do consumo total até 2030 – quase o dobro dos níveis de 2019”, indica o documento.
De acordo com o relatório anual europeu da Ember, no ano passado, as energias eólica e solar geraram 22,3% da eletricidade da UE, ultrapassando pela primeira vez os combustíveis fósseis (20%) e o carvão (16%). O aumento ocorreu devido a um grande aumento na capacidade da energia solar.
A radiação solar anual em 2022 foi a mais alta desde o início dos registos em 1983, 4,9% acima da média de 1991-2020.
“Geralmente, mais radiação solar de superfície está disponível no sul da Europa devido ao ângulo solar e à cobertura reduzida de nuvens. O potencial de energia eólica é maior sobre o oceano, especialmente na costa da Irlanda e Portugal e no mar Egeu. A energia hidroelétrica está diretamente ligada à topografia da Europa”, sublinharam a OMM e o C3S.
Durante 1991 e 2020, a radiação solar na superfície aumentou, enquanto a velocidade do vento e a precipitação não mostraram uma tendência significativa.
“Pela primeira vez, foi gerada mais eletricidade através de energia eólica e solar do que por combustível fóssil na UE. O aumento da utilização de fontes de energia renováveis e de baixo carbono é crucial para reduzir a dependência de combustíveis fósseis”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, citado em comunicado.
O relatório “Estado do Clima” na Europa 2022 lembra ainda que o sul da Europa pode ter alguns dos maiores aumentos percentuais globais em temperaturas extremas acima dos 40 graus e no número de dias secos consecutivos.
“Este resultado, para centrais nucleares no sul da Europa, reforça a necessidade de estabelecer (…) revisões rigorosas de segurança, caso seja tomada a decisão de continuar a operar”, sublinha o relatório.
As interrupções nas operações de energia nuclear devido a condições climáticas adversas aumentaram nos últimos 30 anos, embora representando uma parcela muito pequena do total.
Em 2021, as perdas de produção relacionadas com o clima representaram aproximadamente 0,33% da produção global de energia nuclear. Baixos fluxo fluviais e temperaturas altas e calor extremo são os principais fatores.