De acordo com dados da KSE, a guerra danificou ou destruiu milhares de habitações, empresas, edifícios administrativos, estruturas de educação, aeroportos, centros comerciais e instalações de saúde e de serviços sociais, entre outras infraestruturas.
Nefyodov disse que os trabalhos em curso também se centram nas “necessidades de recuperação” do país, referindo que é nessa direção que caminha o projeto “Russia Will Pay” (A Rússia irá pagar).
O objetivo deste projeto, segundo o ‘site’ da KSE, é “documentar, verificar, analisar e estimar todos os danos materiais causados à infraestrutura física da Ucrânia”.
O projeto envolve a Presidência da República e os ministérios da Economia, da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados, das Infraestruturas, e do Desenvolvimento das Comunidades e Territórios da Ucrânia, contando com apoio norte-americano.
Nefyodov disse que as equipas da KSE estão a analisar imagens da destruição e dos danos nas infraestruturas da Ucrânia, recolhidas com a ajuda de drones (aeronaves não pilotadas) e satélites.
Trata-se de registar os danos causados pela guerra e oferecer soluções abrangentes para a reconstrução das cidades afetadas, referiu.
“Quando a reconstrução começar, queremos que as antigas infraestruturas soviéticas não sejam apenas restauradas”, disse, aludindo ao tempo em que a Ucrânia fez parte da União Soviética.
“Queremos que estas infraestruturas sejam mais confortáveis, satisfaçam os princípios modernos do urbanismo e as normas europeias. Afinal, a Ucrânia já se tornou um candidato à adesão à União Europeia [UE], e devemos estar prontos para a máxima integração”, acrescentou.
No início de julho, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, divulgou um plano de reconstrução da Ucrânia com um investimento a 10 anos de 750.000 milhões de dólares (mais de 746.600 milhões de euros, ao câmbio atual).
O investimento inclui os custos das reformas necessárias relacionadas com a adesão da Ucrânia à UE.
O plano foi divulgado numa conferência em Lugano, Suíça, em que quase quatro dezenas de países, incluindo Portugal, e instituições assinaram uma declaração sobre os princípios orientadores da reconstrução da Ucrânia.
Portugal vai participar, com outros países, na reconstrução de escolas na região de Jitomir, a cerca de 150 quilómetros de Kiev, onde se estima que tenham sido destruídos cerca de 70 estabelecimentos de ensino.
Na sequência da declaração de Lugano, a Comissão Europeia anunciou a realização de uma conferência de alto nível para a reconstrução da Ucrânia para depois do verão.
Além dos danos infraestruturais, a guerra provocou já um número ainda desconhecido de baixas civis e militares, mas que diversas fontes, incluindo a ONU, dizem ser consideravelmente elevado.
O conflito gerou também 12 milhões de refugiados e deslocados internos, segundo a ONU.
A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A UE e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.
As informações divulgadas pelas duas partes em conflito não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.