Em 2021, o milho importado da Ucrânia representou 34,7% das importações nacionais deste produto. Segundo o INE, na União Europeia, apenas os Países Baixos apresentaram uma maior dependência do milho da Ucrânia (39,7%).
Aliás, entre 2017 e 2021, a Ucrânia foi sempre o principal fornecedor de milho, representando, em média, 34,4% das importações nacionais deste produto.
Devido sobretudo ao milho, das importações da Ucrânia, os produtos agrícolas foram o grupo mais representativo (peso médio de 73,5% face ao total). A seguir ao milho, o segundo produto com maior relevância no conjunto dos produtos agrícolas importados da Ucrânia foi o óleo de girassol em bruto (exceto para usos técnicos ou industriais), representando a Ucrânia 51,4% das importações portuguesas deste produto.
As sementes de nabo silvestre ou de colza constituíram o terceiro produto mais importante nas importações de produtos agrícolas da Ucrânia, com um peso de 30,6% no total das importações nacionais deste produto.
A seguir aos produtos agrícolas, os outros grupos de produtos mais importados por Portugal da Ucrânia foram metais comuns (19,1%), essencialmente ferro fundido, ferro e aço), máquinas e aparelhos (1,4%), produtos alimentares (1,2%) e madeira e cortiça (1,1%). No seu conjunto, estes cinco grupos de produtos representaram, em média, 96,2% das importações da Ucrânia.
Já da Rússia, em 2021, os principais produtos importados por Portugal foram os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos), representando 16,3% do total importado o ano passado destes proutos. Segue-se o gás natural liquefeito, representando 16,6% do total.
Ainda assim, diz o INE, que estas proporções são inferiores à média da UE (17,5% e 33,5%, respetivamente).
"Apenas na importação de óleos e outros produtos provenientes da destilação dos alcatrões de hulha a alta temperatura a proporção foi a mais elevada de todos os países da UE atingindo 91,2% [em Portugal], face a 35,1% de valor médio da UE", acrescenta o instituto de estatística.
O INE refere ainda que, entre 2017 e 2021, as transações com a Ucrânia representaram 0,1% das exportações totais e 0,3% das importações. O valor mais elevado nas importações foi em 2021 com 297 milhões de euros.
Já com a Rússia, no mesmo período, as exportações para esse país representaram 0,3% das exportações totais e as importações 1,5% das importações totais. Em 2017, as importações da Rússia atingiram o valor mais elevado, de 1.577 milhões de euros, sendo 74,5% deste valor correspondente a óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos (nesse ano, a Rússia foi o principal fornecedor desse produto a Portugal).
Ainda entre 2017 e 2021, diz o INE, houve sempre défices da balança comercial de Portugal com a Ucrânia e com a Rússia.
Segundo o INE, nas trocas com a Ucrânia, o mais elevado registou-se em 2021, com um défice de 261 milhões de euros. No comércio com a Rússia, o défice mais elevado observou-se em 2017, de 1.397 milhões de euros.
Já em 2020 registaram-se os défices mais reduzidos nas transações com ambos os países, correspondentes a 175 milhões de euros nas trocas com a Ucrânia e 335 milhões de euros nas trocas com a Rússia, o que, segundo o INE, acompanhou "a evolução do défice global das transações portuguesas que, nesse ano, foi fortemente influenciado pela pandemia da covid-19".
Já nos primeiros dois meses deste ano (dados disponíveis), diz o INE que as importações da Ucrânia aumentaram 14,3% em relação ao mesmo mês de 2021 e 6,1% relativamente a janeiro de 2020. Tanto em janeiro e fevereiro, segundo os quadros disponibilizados pelo INE, as importações da Ucrânia foram superiores a 30 milhões de euros.
Nas importações provenientes da Rússia, em janeiro aumentaram 16% face a 2021 e em fevereiro aumentaram 91,8% face ao mesmo mês de 2021 (98,9% e 425,7% em relação a 2020). Em janeiro, segundo os quadros disponibilizados pelo INE, as importações da Rússia foram de cerca de 100 milhões de euros e em fevereiro de quase 160 milhões de euros.
"Estes acréscimos [nas importações com a Rússia] deveram-se sobretudo aos combustíveis e lubrificantes, refletindo, o aumento dos preços face aos dois anos anteriores e também as menores restrições à mobilidade e atividade económica associadas à pandemia covid-19 nos dois primeiros meses de 2022 comparativamente com o mesmo período de 2021", explica o INE.