Segundo a Direção Regional de Estatística da Madeira, a taxa de desemprego regional variou ao longo do período pandémico, refletindo sobretudo a dinâmica dos confinamentos, que desincentivam e dificultam a procura de trabalho pelos desempregados, que passam por essa razão a serem classificados como inativos.
Com efeito, considerando o recálculo dos valores passados em função da nova série 2021, observa-se que depois do mínimo atingido no 1.º trimestre de 2020 (5,9%), a taxa de desemprego cresceu até final de 2020, primeiro para 7,0% no trimestre seguinte e para 9,1% no 3.º trimestre de 2020. No 4.º trimestre de 2020 atingiu o valor mais elevado (11,2%) desde o 3.º trimestre de 2017.
Este indicador, em 2021, tem evoluído no sentido descendente, baixando para 9,6% no 1.º trimestre e depois caindo mais 1,2 pontos percentuais (p.p.) no 2.º trimestre para os 8,4%.
Note-se que a redução da taxa de desemprego entre o 4.º trimestre de 2020 e o 1.º trimestre de 2021 poderá estar relacionada com o fluxo entre inativos e desempregados, que nos três primeiros meses de 2021, devido à conjuntura económica adversa, poderão não ter feito diligências para a procura ativa de emprego, caindo assim na situação de inatividade.
Esta explicação já não fará sentido no 2.º trimestre de 2021, no qual se verificou um desagravamento das medidas restritivas e em que a pandemia na RAM registou uma forte redução no número de casos. O recrudescimento da atividade económica terá criado algum dinamismo no mercado de trabalho, contribuindo para a redução do desemprego.
A taxa de desemprego no 2.º trimestre de 2021 foi, contudo, superior à homóloga em 1,4 pontos percentuais.