"Temos de criar melhor condições para atrair talento para o turismo. A dimensão dos salários é muito importante", apelou Nuno Fazenda, no 48.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre no Porto.
Quando se espera que os resultados do setor turístico possam atingir este ano o melhor ano de sempre, o secretário de Estado do Turismo fala na necessidade de estender este entusiasmo aos trabalhadores do setor.
"O turismo nos últimos dez anos cresceu sempre a dois dígitos, com exceção dos dois anos da pandemia, cresceu sempre em receitas e em hóspedes. Temos de crescer também em salários", reforçou perante uma plateia de mais de 770 congressistas de várias atividades turísticas.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou hoje que o setor do alojamento turístico registou 7,4 milhões de dormidas em outubro, mais 8,5% do que no mesmo mês de 2022, devido sobretudo aos mercados externos. Também os hóspedes aumentaram em outubro, neste caso 8,7% para 2,9 milhões.
"O crescimento tem que ser para todos. O crescimento tem que ser para as empresas, para os gestores, para o chefe de cozinha, para o empregado de mesa, para o auxiliar de limpeza. Todos têm que beneficiar do crescimento. Hoje, os salários estão ainda 30% abaixo da média da economia. E é por isso mesmo que eles têm vindo a aumentar paulatinamente na economia em geral, e no setor do turismo também", acrescentou o ainda governante.
Nuno Fazenda mencionou, no entanto, que se tem verificado que "vários operadores turísticos e vários grupos têm aumentado muito acima daquilo que está previsto no acordo de rendimentos, com aumentos de 10% ou ainda mais".
Uma estratégia que considera ser "a aposta certa, porque quem quer vingar e ter viabilidade no que diz respeito à sua atividade no turismo é apostar também na valorização das pessoas e das suas condições e remunerações", concluiu.
A reunião magna dos agentes de viagens decorre até sábado e tem como tema a "Inteligência Artificial, a Revolução do Século XXI".
Lusa