O CEO da Ryanair, Eddie Wilson, afirmou em declarações ao “Negócios” publicadas ontem que mantém as negociações com o Governo Regional dos Açores, mas disse que a decisão de saída está “iminente”.
No final de Maio, o “Diário dos Açores” já tinha noticiado que a Ryanair tinha comunicado à VisitAzores a intenção de abandonar a operação no arquipélago no Inverno e que tinham sido iniciadas negociações com o Governo Regional.
Esta quarta-feira, dia 26, a Ryanair emitiu um comunicado onde apela ao Governo português para que tome medidas “urgentemente” para “proteger a conectividade e os empregos nos Açores”.
Citado no comunicado, Eddie Wilson pediu a reversão do “aumento de preços de 26% da ANA” nos Açores e a redução imediata das “taxas de segurança dos passageiros, que já foram aprovadas pelo regulador há meses”.
Eddie Wilson também quer que o Governo português inverta a abolição do esquema do Comércio Europeu de Licenças de Emissões para Regiões Ultraperiféricas (OMR ETS, Outermost Regions Emissions Trading System) para os Açores, que “fará com que as tarifas dos passageiros aumentem até 10 euros”.
Este aumento, garante o executivo, tornará “os Açores irremediavelmente não competitivos em comparação com outras regiões não-periféricas da União Europeia que estão menos expostas ao ETS, bem como destinos fora da UE que estão fora do alcance do ETS”.
A Ryanair opera actualmente 44 voos por semana em quatro rotas de/para Ponta Delgada.
No comunicado enviado esta semana, a Ryanair também pede a reversão do aumento “de 18%” nas taxas cobradas pela ANA Aeroportos na Madeira.
A Ryanair diz que o seu crescimento no Porto e em Faro “é resultado directo da intervenção da ANAC, que impediu o operador aeroportuário ANA de introduzir taxas aeroportuárias excessivas”. E acrescenta: “lamentavelmente, a intervenção da ANAC não foi suficientemente longe face ao aumento das taxas da ANA para a Madeira e os Açores, colocando inexplicavelmente estas economias insulares periféricas a par da capacidade limitada do Aeroporto de Lisboa”.