A medida foi anunciada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, na terça-feira, no âmbito das sanções decretadas pelos EUA contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro.
“Os Estados Unidos declararam guerra económica à Rússia e estão a travar esta guerra”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
O Reino Unido anunciou também uma proibição das importações de petróleo e gás da Rússia, mas a União Europeia (UE) tem-se mostrado mais relutante em atingir um setor do qual é altamente dependente.
No seu encontro diário com a imprensa, Peskov também denunciou a proposta da Polónia de transferir aviões de caça russos MiG-29 para uma base dos EUA na Alemanha para serem depois enviados para a Ucrânia.
“Este é um cenário muito indesejável e potencialmente perigoso”, disse Peskov.
A Polónia, a Bulgária e a Eslováquia são os três únicos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que têm aviões russos MIG.
A proposta polaca já foi recusada pelos EUA e um porta-voz do Pentágono admitiu que os termos da oferta de Varsóvia podem causar “sérias preocupações” no quadro da NATO.
A Aliança recusou qualquer intervenção na Ucrânia, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea, por não se tratar de um país da NATO, apesar dos constantes apelos nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, vai deslocar-se hoje à Polónia, onde vai discutir a forma de "assistência militar" à Ucrânia.
A viagem estava marcada antes de ser conhecida a proposta polaca, segundo Washington.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e ucraniano, Dmytro Kuleba, vão reunir-se na quinta-feira, na Turquia, para tentar encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Muitos grupos e empresas ocidentais têm anunciado a saída da Rússia ou a suspensão das suas atividades no país.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Os combates levaram também mais de dois milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, maioritariamente mulheres e crianças.
A ONU considera que se trata da crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Lusa