“É uma decisão que o Governo britânico tomou por uma questão de política interna e não por uma questão de risco”, afirmou o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), frisando que a justificação dada pelas autoridades do Reino Unido “não utiliza Portugal como referência” para as infeções de covid-19 e até Malta, “que tem uma incidência de nove casos por 100.000 habitantes, ficou de fora” da “lista verde”.
João Fernandes reconheceu que a decisão britânica “tem impacto claro na região”, por o Reino Unido ser o “principal mercado emissor” de turistas para o Algarve, e lamentou os “constrangimentos” que a medida causa, “desde logo para os que já cá estão e têm a sua volta prevista para depois de terça-feira, que é o dia a partir do qual esta medida tem efeito”.
“Estamos já a assistir a uma concentração de voos de repatriamento e a um cancelamento de voos para o período posterior e das reservas também em hotéis. Esperemos que esta medida seja revista o mais rápido possível, porque ela é de todo injusta”, considerou.
João Fernandes disse ainda que o Algarve teve “100.000 movimentos de passageiros de origem britânica durante as duas últimas semanas” e que, segundo dados fornecidos pela Administração Regional de Saúde entre os passageiros britânicos, “houve apenas a registar – e todos eles são testados – seis casos”.
“Seis casos por 100.000 habitantes é um número muito inferior àquele que se regista no próprio Reino Unido, até porque os britânicos, antes de viajarem para Portugal, têm de fazer um [teste] PCR”, acrescentou.
Agora, disse, a região tem de “olhar para frente e continuar a apostar noutros mercados que estão a ter boa procura pelo Algarve, como os mercados alemão, francês, espanhol irlandês, holandês”, que estão a “reconhecer Portugal como um destino seguro e o melhor destino de praia do mundo, de acordo com o último reconhecimentos dos World Travel Awards”.
O representante considera que Portugal pode regressar à “lista verde” na próxima reavaliação do Governo britânico, dentro de cerca de três semanas.
“Até porque, sendo claramente uma decisão política, porque o Governo britânico apostou que até 21 de junho concluiria o seu processo de desconfinamento, faz sentido que essa revisão seja favorável a uma abertura a vários países, incluindo Portugal”, argumentou.
João Fernandes deixou ainda um alerta aos turistas britânicos que “agora regressam à pressa”, lembrando que podem recorrer aos cerca de 130 locais de testagem à covid-19 identificados no sítio www.visitalgarve.pt, antes de se deslocarem para o aeroporto, para facilitar os controlos e a sua saída do país.
C/Lusa