Em declarações à agência Lusa, Vítor Lima, do movimento União Nacional dos Rebocadores, adiantou hoje que os rebocadores vão "tentar ver até que ponto (as empresas de assistência em viagem) estão na disponibilidade de negociar".
"Entretanto já tenho empresas a dizer que nestas condições vão ter de fechar portas", alertou Vítor Lima, referindo que o setor inclui mais de 500 empresas de pronto-socorro, a maior parte com entre cinco a 10 automóveis, mas também muitas com algumas centenas de carros de reboque.
A decisão de tentar uma negociação surge depois de as cerca de 250 empresas de reboque que tinham aderido a uma paralisação de 10 dias, entre 24 de dezembro de 2021 e 02 de janeiro de 2022, terem optado por terminar a ação de protesto mais cedo, em 29 de dezembro.
Segundo o representante da União Nacional dos Rebocadores, a decisão surge porque os "administradores das assistências (em viagem) começaram a tentar comprar essas empresas que iam aderir à paralisação, com promessas de subidas de tabelas".
Na base desta ação de protesto dos rebocadores estava a reivindicação de atualizações nos preços dos serviços e melhorias das tabelas, tendo em conta que estas últimas têm os preços inalterados há mais de 20 anos, segundo Vítor Lima, que pede também tabelas únicas para todas as empresas.
O representante garantiu que, apesar da tentativa por parte das empresas de assistência em viagem, o problema dos rebocadores não está resolvido, "porque apenas arranjaram uma forma de enganar as pessoas".
"Prometeram que iam rever as tabelas e subir os preços agora no início do ano, entretanto (as empresas de reboques) começaram a receber as tabelas e as tabelas foram alteradas ainda para pior", denunciou.
Como exemplo, indicou o valor pago pela taxa de saída de um camião, explicando que até agora os rebocadores recebiam 25 euros por cada saída feita num raio de 40 quilómetros.
"Passaram o raio para 20 quilómetros, já não foi mau, mas em contrapartida passaram a taxa de saída para os 22 euros, ou seja, reduziram três euros. Com o gasóleo ao preço que está, na casa de 1,50 euros, em cada serviço que seja feito as pessoas não conseguem ganhar dinheiro", referiu.
As empresas de reboques, acrescentou, "já se estão outra vez a revoltar", estando a planear outras ações de luta para o verão.
Entretanto, pretendem tentar a negociação com as empresas de assistência em viagem, uma vez que há já empresas de reboque que afirmam não conseguir manter portas abertas e pagar ordenados aos funcionários.