"No canal C&C (‘Cash and Carry’ – venda para pequenos negócios) o preço do bacalhau aumentou quase dois euros por Kg (quilograma) em 2022, face a 2021, e no Comércio Moderno aumentou 1,72 euros por kg", indicou o diretor para Portugal do NSC, Trond Rismo.
Apesar da inflação, o bacalhau não é um dos produtos alimentares com maiores aumentos.
O NSC citou dados da Deco, organização de defesa do consumidor, relativos aos produtos que compõem o jantar de Natal, sendo que apenas o azeite (13%) aumentou menos do que o bacalhau.
A couve custa agora mais 30% do que em 2021, a batata aumentou 34% e os ovos 32%.
"O bacalhau é um produto âncora para os retalhistas e, por isso, há muito interesse em controlar os preços. Os lojistas sabem que o bacalhau é muito importante para atrair os clientes para as lojas", notou Rismo.
Por outro lado, o bacalhau é considerado uma "opção utilitária", lembrou, uma vez que, após a demolha, aumenta cerca de 30% e é totalmente aproveitado, para além de se poder fazer receitas para muitas pessoas, utilizando pouca quantidade deste peixe.
Fazendo um balanço do consumo de bacalhau em Portugal, Rismo começou por dizer que a pandemia teve um impacto negativo nas vendas no canal C&C, que começaram a estabilizar ainda em 2021.
Só no Natal de 2021, o consumo representou 33,8% do volume de vendas.
No mesmo ano, a venda de bacalhau na cidade de Lisboa atingiu 14,5% do volume total.
Relativamente ao corrente ano, o preço do bacalhau aumentou, pelo menos, 0,77 euros por kg até ao final de junho.
O preço médio do bacalhau, seco e congelado, avançou 9,8%.
No comércio moderno (supermercados, hipermercados e minimercados) o valor cresceu 1%, mas o volume recuou 8% no primeiro trimestre do ano.
Já até ao final do terceiro trimestre, o valor ascendeu 2%, mas o volume cedeu 15%.
"O bacalhau congelado explica o dinamismo em valor, mas o bacalhau seco é claramente responsável pela tendência verificada em termos de volumes. Cerca de 27% de todo o bacalhau vendido em Portugal é congelado, mas o bacalhau seco lidera com 73% de quota de mercado", apontou Trond Rismo.
Ainda no que se refere ao bacalhau seco, o consumidor teve em conta o fator preço, sendo que o calibre "corrente" cresceu 37% em termos de volume de vendas, face ao ano anterior.
Os restantes calibres tiveram quedas, destacando-se o "especial" (maior e mais caro), com um recuo de 36%.
Os portugueses continuam a preferir o "graúdo", que representa 35% do volume total das vendas de bacalhau norueguês.
Até setembro, o canal C&C conseguiu registar uma recuperação, embora os volumes estejam em mínimos de três anos.
"Em 2022, os portugueses compraram bacalhau principalmente nos grandes supermercados (46,6%), sendo as mercarias responsáveis por 7% das vendas, os pequenos supermercados por 22,4% e os hipermercados por 23,9%", referiu o diretor para Portugal do NSC.