“Relativamente ao gás natural, há três ou quatro dias atrás tínhamos reservas na ordem dos 79%, chegaram, entretanto, três navios, não tenho o número do último navio, mas antes deste temos 85% das reservas de gás natural”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, na Comissão Permanente da Assembleia da República, onde participou num debate sobre a seca que Portugal enfrente, juntamente com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
O governante respondia a questões do deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal (IL), sobre as reservas estratégicas nacionais de combustíveis e gás natural, tendo em conta o esperado aumento de preços devido à invasão da Ucrânia e consequentes sanções à Rússia.
“Portugal tem, de facto, reservas de combustíveis para 90 dias: gasolina, gasóleo e crude. Eles estão parqueados quase na totalidade em Portugal. No momento em que houver necessidade de utilizar, a logística está desenhada”, destacou Matos Fernandes.
A Rússia é responsável por mais de 40% das importações anuais de gás natural da UE.
A invasão russa da Ucrânia tem vindo a causar um acentuado aumento no preço do gás na UE e nos preços globais do petróleo, subida essa que surge no contexto de um pico já existente nos preços energéticos, dada a crise no setor.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.