A empresa, responsável pela maioria das receitas do Estado e um instrumento vital para o financiamento público, evitou assim cair em incumprimento financeiro como temia a maioria dos analistas e investidores, dadas as dificuldades económicas do país.
Num comunicado difundido na sexta-feira à noite, a empresa diz que começou "as transferências bancárias correspondentes ao pagamento" da prestação dos títulos de dívida com maturidade em 2020, num "montante total de 841,88 milhões", para a conta do banco JP Morgan, nos Estados Unidos.
O pagamento, acrescenta a empresa, confirma a "solvência plena e a capacidade de responder aos compromissos" e "desmente as vozes agoirentas que apostavam no descalabro económico do país".
O anúncio da petrolífera venezuelana, cujo diretor financeiro, Simon Zerpa, foi nomeado ministro das Finanças, segundo a agência de informação financeira Bloomberg, foi recebido com alívio pelos mercados financeiros, que esperam agora que a transferência das verbas corra de maneira suave, o que não é garantido devido às sanções económicas que a Venezuela enfrenta e que dificultem a movimentação de divisas estrangeiras.
Em agosto, os Estados Unidos decretaram a proibição do Governo e da PDVSA de negociar nova dívida, quando entraram em vigor sanções contra aquilo que o Executivo norte-americano considera ser uma deriva totalitária.
Na próxima semana, a petrolífera venezuelana deve pagar mais de mil milhões de dólares, que se juntam aos mais de 3,5 mil milhões devidos entre outubro e novembro para saldar os compromissos financeiros internacionais.
O pagamento da dívida foi criticado pela oposição, que considera que o Governo sacrificou as importações de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos para poder satisfazer estas obrigações financeiras.
"Com o pagamento da dívida que se fez hoje [sexta-feira], o Governo deixou que fique por pagar a dívida social para com um povo que está hoje morto de fome, arrasado pelas doenças e sem esperança", disse o deputado e escritor que também preside à comissão de finanças no parlamento, José Guerra, numa declaração enviada aos meios de comunicação social, e citada pela agência de notícias espanhola Efe.
LUSA