A Oitante, sociedade-veículo criada no âmbito da resolução do Banif, vai levar a cabo um novo processo de rescisões por mútuo acordo, divulgou hoje o Sindicato dos Bancários do Norte.
No portal na Internet deste sindicato é dito que a administração informou os sindicatos da Febase – Federação dos Sindicatos do Setor Financeiro de que, "face à indispensável reorganização da empresa, vai recorrer a um novo plano de rescisões por mútuo acordo, cujas condições serão divulgadas oportunamente".
A Lusa contactou a administração da Oitante que não quis comentar.
Já fonte da Comissão de Trabalhadores diz que este processo tem vindo a ser discutido com a administração e que os termos da saída dos trabalhadores só serão conhecidos daqui a umas semanas, uma vez que falta saber as condições oferecidas e da manutenção do subsistema de saúde SAMS.
A Comissão de Trabalhadores diz ainda que este processo tem que, entre outros aspetos, ver com a redução do contrato de prestação de serviços entre a Oitante e o Santander Totta, sobretudo depois de em outubro o banco ter deixado de necessitar do suporte da Oitante para as operações informáticas, uma vez que concluiu a integração dos ativos do Banif.
A empresa pública Oitante foi criada pelo Banco de Portugal em dezembro do ano passado, no âmbito da resolução do Banif, tendo sido para aí que foram transferidos os ativos que o Santander Totta não comprou.
Esta empresa ficou ainda com os mais de 400 trabalhadores do Banif que pertenciam aos serviços centrais, enquanto o Santander Totta absorveu os cerca de 1.100 funcionários ligados à rede comercial e ainda todos os que estavam nas operações da Madeira e dos Açores.
Desde o início que os trabalhadores do Banif que passaram para a Oitante se sentiram discriminados face aos colegas que foram para o Santander Totta e fizeram declarações a demonstrar o receio de que os seus postos de trabalho estejam em risco, até porque os ativos do Banif que ficaram na Oitante têm sido alienados, reduzindo assim as necessidades de recursos humanos da empresa.
No primeiro processo de rescisões por mútuo acordo, já este ano, cerca de 60 pessoas saíram da Oitante, que tem agora cerca de 3.330 trabalhadores.