“Estes valores retomam o ciclo de crescimento no empreendedorismo que se verificava desde outubro de 2021, mas que tinha sido interrompido no mês de abril”, refere o trabalho, salientando que “o setor dos transportes contribui significativamente para este crescimento, com a constituição de um grande número de novas empresas quer desde janeiro, quer especificamente em maio”.
Ainda assim, “o nascimento de empresas nos cinco primeiros meses de 2022 está ainda 11% abaixo dos valores registados em 2019, antes da pandemia”, sendo que “apenas os setores das tecnologias de informação e comunicação (+26%) e das atividades imobiliárias (+18%) já superam os valores de 2019”.
Com “a grande maioria dos setores” a registar crescimentos na criação de novas empresas até maio, o setor dos transportes destacou-se, com a constituição de 795 empresas desde janeiro, o que corresponde a um crescimento de 113% face ao período homólogo.
Segundo a Informa D&B, “outro setor igualmente muito penalizado nos últimos dois anos – o alojamento e restauração – regista também um crescimento significativo de 37%, com 559 novas empresas este ano”.
Também com “números expressivos” surgem os setores dos serviços gerais (+761 constituições, +33%), dos serviços empresariais (+532 constituições, +17%) e das atividades imobiliárias (+493 constituições, +26%).
Pelo contrário, os setores do retalho (-11%) e da agricultura e outros recursos naturais (-0,8%) são os únicos a registarem uma descida nos nascimentos face a 2021.
“No retalho, a descida ocorre em quase todos os subsetores, especialmente no retalho de têxtil e moda, generalista, alimentar e outros”, aponta o estudo, precisando que “neste setor, apenas o retalho automóvel cresce nos primeiros cinco meses de 2022 face ao período homólogo”.
Em termos geográficos, o crescimento na constituição de empresas “ocorre em quase todos as regiões (com exceção de Bragança e Horta), com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa, que regista mais 2.227 novas empresas do que em 2021, uma subida de 36%”.
No que se refere aos encerramentos e insolvências, mantiveram a tendência de descida entre janeiro e maio de 2022, período em que encerraram 5.070 empresas, menos 1,6% que no período homólogo, que corresponde a menos 83 encerramentos.
Neste período, apenas três setores registam um aumento dos encerramentos: o retalho (+75 encerramentos, +10%), as indústrias (+26 encerramentos, +5,4%) e as atividades imobiliárias (+14 encerramentos, +4,2%).
Nos cinco primeiros meses deste ano, um total de 708 empresas iniciaram um processo de insolvência, valor que representa uma descida 22% face a 2021 (menos 197 novos processos), mantendo o recuo registado em 2021.
As indústrias, o alojamento e a restauração e retalho foram os setores com maior número de insolvências, mas são também aqueles em que este indicador evidenciou uma maior queda face ao período homólogo.
Lusa