A hotelaria portuguesa teve em março um aumento do preço médio por quarto ocupado e disponível, com a Costa Azul, Alentejo e Beiras “a surpreenderem” pelo “crescimento expressivo” da taxa de ocupação e a Madeira e Algarve pela “quebra acentuada”.
Segundo revela hoje o AHP Tourism Monitors, uma ferramenta de recolha de dados desenvolvida pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), março foi um “mês assimétrico” na hotelaria nacional, tendo a taxa de ocupação quarto crescido 0,5 pontos percentuais (p.p.) face ao período homólogo, atingindo os 65%.
Por destinos turísticos, a Costa Azul foi o que registou o maior crescimento (+12,6 p.p.), seguido das Beiras (+9,3 p.p.) e do Alentejo (+6,1 p.p.). De destacar também a quebra dos destinos Leiria/Fátima/Templários (-6,6 p.p.), Madeira (-4,4 p.p.), Açores (-4 p.p.) e Algarve (-2,2 p.p.).
O preço médio por quarto ocupado (ARR) fixou-se em março nos 78 euros, mais 16% do que no mesmo mês do ano passado, destacando-se Lisboa com a melhor performance (101 euros), seguido do Grande Porto (80 euros) e da Madeira (74 euros).
O preço médio por quarto disponível (RevPAR) fixou-se nos 51 euros, registando um aumento homólogo de 17%, sendo que entre os vários destinos turísticos os crescimentos mais fortes registaram-se nas Beiras (52%), na Costa Azul (45%) e no Alentejo (36%).
Quer no ARR, quer no RevPAR, a categoria de quatro estrelas foi a que registou um crescimento mais expressivo, com aumentos de 17% e 20%, respetivamente.
Segundo a presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, Cristina Siza Vieira, “apesar de este ano se ter realizado no final do mês, a Páscoa impactou claramente os resultados de março”, tendo sido “mais evidente na taxa de ocupação de alguns destinos turísticos, o que acabou por se refletir no RevPAR”.
No que diz respeito à taxa de ocupação, a responsável assinala ainda os resultados negativos dos destinos Leiria/Fátima/Templários (que vinha a crescer há mais de um ano), Madeira (afetada pelos mais de 50 voos cancelados em março e pela quebra de hóspedes dos mercados alemão e inglês devido à redução de voos motivada pela insolvência de algumas companhias aéreas), Açores (em queda desde o início de 2018), e Algarve (“muito provavelmente por força do mau tempo” em março).
A AHP apresenta-se como a maior associação patronal da indústria hoteleira, cujos associados representam cerca de 65% do número de quartos da hotelaria nacional.
LUSA