“Só tenho boas notícias para dar. Estamos com seis anos consecutivos de saldos orçamentais positivos”, destacou Miguel Albuquerque na cerimónia de pagamentos do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Região Autónoma da Madeira (IDE) a 83 projetos cujas candidaturas foram aprovadas a fundos comunitários, num investimento total de 2,1 milhões de euros.
O governante madeirense sublinhou que os dados divulgados pelo BdP indicam que “a Madeira é a única região do pais que está a fazer uma verdadeira consolidação das contas públicas, com resultados positivos durante seis anos”.
O chefe do executivo insular acrescentou que, “pela primeira vez desde há muito anos, a dívida pública da Madeira está em 99,7% em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB)”, o que representa que está abaixo da fasquia dos 100%, enquanto “a nível nacional mantém-se em valores próximos dos 125%.”
Miguel Albuquerque argumentou que “a nível nacional, a dívida não há maneira de descer”, sendo este “um dos principais empecilhos para o crescimento do país”.
“O país não cresce há 20 anos. Estamos com uma taxa de crescimento na ordem dos 0,5%, o que significa que, nos últimos 20 anos, passamos de um rendimento per capita de 15.600 euros para 17.000, praticamente não cresceu, quando nas duas décadas anteriores, até 99, duplicamos o PIB em Portugal”, complementou.
O responsável social-democrata insular opinou que estes dados demonstram que o país está há duas décadas a “marcar passo, devido a vários fatores, entre os quais a dívida pública que vai absorvendo os recursos e não permite libertar dinheiro para a economia”.
No caso da Madeira, sustentou que a região conseguiu reduzir a sua dívida em 1,5 ME, o que “permitiu, num contexto de confiança e investimento, libertar recursos para todo sistema de dinamização da economia” do arquipélago.
Albuquerque realçou que foi possível “fazer um percurso de consolidação das contas públicas”, facto que fomentou um “crescimento económico que está há 70 meses com uma taxa de 2.3”.
Esta situação também contribuiu para “baixar o desemprego para 0,7% que é o numero mais baixo desde há 100 meses” na Madeira, valor ainda mais expressivo se tivermos em conta que a região está a “absorver muitos dos conterrâneos que regressam da Venezuela”, afirmou.
Quanto à cerimónia de entrega de apoios a vários projetos, referiu que, no ano passado, se registou “um saldo extraordinário” em termos de constituição de empresas dos últimos 14 anos, atingindo as 1.075 empresas.
“Olhamos para os números de janeiro a abril deste ano e aumentamos já 3,9% em relação a igual período do ano passado “, complementou.
Para Miguel Albuquerque, este números indicam que “a confiança está instalada e a Madeira está no caminho certo”, mencionando que entre 2016 e 2019 foram atribuídos 78,4 milhões de euros de fundos em função das necessidades evidenciadas pelos empresários.
Também apontou que estão previstos 11 ME para o retomar do sistema Valorizar 2020 e foi criado um novo incentivo (Inovar2020) que afeta quatro milhões de euros para aqueles que precisem de capital inicial para abrir a sua própria empresa.
“Estamos no caminho certo e não nos vamos desviar”, concluiu.
C/Lusa