As dormidas de turistas na hotelaria portuguesa aumentaram 7% em junho face ao mesmo mês de 2014, para cinco milhões, impulsionadas pelos residentes mas, sobretudo, pelo dinamismo dos não residentes, informa hoje o INE.
Em maio as dormidas na hotelaria tinham registado uma evolução homóloga de 6,9%.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em junho as dormidas dos residentes apresentaram uma evolução positiva de 4,7%, mas inferior à do mês anterior (+7,8%), enquanto as dormidas dos não residentes reforçaram o crescimento relativamente a maio (+7,9% face a +6,6%2).
No total, o mercado interno foi responsável por 1,4 milhões de dormidas, evoluindo a um ritmo "ligeiramente" mais baixo do que o do conjunto dos seis primeiros meses do ano (+6,8%), enquanto os mercados externos proporcionaram 3,6 milhões de dormidas, evoluindo a um ritmo "acima da média" do primeiro semestre (+7,5%) e de junho de 2014 (+7,6%).
Quanto à estada média dos turistas, manteve a tendência de redução (-1,4%, para 2,90 noites), enquanto a taxa líquida de ocupação-cama (54,2%) aumentou 3,2 pontos percentuais (p.p.).
Em alta estiveram também os proveitos, quer totais, quer de aposento, com subidas de 14,7% e 16,7%, respetivamente, acima dos dois meses anteriores, mas em níveis próximos aos crescimentos registados no primeiro trimestre de 2015.
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 43,6 euros em junho (+15,7%), tendo registado uma evolução também positiva no período de janeiro a junho (+11,4%), situando-se nos 29,7 euros.
Lisboa foi a região com RevPAR mais elevado (65,8 euros), seguindo-se o Algarve (48,1 euros) e a Madeira (42,9 euros).
De acordo com o INE, em junho os estabelecimentos hoteleiros em Portugal receberam um total de 1,7 milhões de hóspedes (+8,5%), a que corresponderam cinco milhões de dormidas (+7,0%), sendo estes resultados consistentes com o conjunto do primeiro semestre do ano: +8,5% nos hóspedes e +7,3% nas dormidas.
O instituto estatístico reporta aumentos das dormidas em todas as tipologias de estabelecimentos, embora "com maior intensidade" nos aldeamentos turísticos (+10,5%) e hotéis (+8,7%), estes últimos com subidas em todas as categorias e com as unidades de quatro estrelas a acolherem 31% do total de dormidas (+7,4%).
Os 10 principais mercados emissores contribuíram com 82% das dormidas de não residentes (81,4% no mês homólogo do ano anterior), destacando-se o mercado britânico, com uma representatividade de 27,4% e um aumento de 6,4% nas dormidas (+5,5% de janeiro a junho), e o alemão, com uma quota de 13,7% e um "acréscimo significativo" de 13,4%.
Segundo o INE, as dormidas de nacionais franceses registaram também um "aumento assinalável" de 12,9%, representando 9,8% das dormidas de não residentes, enquanto o mercado espanhol decresceu "ligeiramente" (-0,6%), diminuindo a sua representatividade de 8,2% em junho de 2014 para 7,5% de junho deste ano.
Já os restantes principais mercados apresentaram tendência crescente, salientando-se Itália (+17,5%) e Brasil (+16,7%), sendo que, considerando o acumulado de janeiro a junho, a Itália destacou-se com um aumento de 27,9%.
A evolução das dormidas nas várias regiões do país apresenta uma tendência "globalmente positiva", com destaque para os Açores (+20,7%), Norte (+17,5%) e Centro (+16,1%).
Pelo contrário, o Algarve foi a região que registou menor crescimento (+1,1%), embora tenha sido a que reuniu maior procura – 39,4% do total de dormidas em junho (41,7% em junho de 2014).
No que se refere às estadas médias, as mais elevadas ocorreram na Madeira (5,32 noites, em média) e no Algarve (4,44 noites), sendo que as principais regiões turísticas registaram os valores mais elevados na taxa líquida de ocupação-cama: 70,8% na Madeira, 61,6% em Lisboa e 59,5% no Algarve.
Neste indicador, o INE assinala ainda o resultado registado nos Açores, de 54,8%.