O presidente da Câmara do Funchal afirmou hoje que o emblemático hotel Savoy, que pertencia à família de Horário Roque e ao empresário Joe Berardo, foi vendido ao empresário Avelino Farinha e Agrela e a sua reconstrução "pode finalmente avançar".
"Temos acompanhado todo este processo que se tornou público e, finalmente, pode-se avançar com a obra do Savoy", disse Paulo Cafôfo aos jornalistas, à margem do simulacro que decorre no Funchal para testar o plano municipal de emergência e proteção civil do concelho.
O autarca adiantou que o grupo Siet Savoy foi "todo vendido ao grupo AFA (Avelino Farinha e Agrela)", o que vem resolver "um problema muito grande, porque, do ponto de vista da cidade", a estrutura do hotel Savoy, que foi demolido, está localizado numa "zona nevrálgica" e "turística importante".
O responsável referiu que a câmara do Funchal esteve "envolvida desde a primeira hora na tramitação" e que se empenhou na parte da "simplificação dos procedimentos".
"Estamos, neste momento, em condições de [ter o] hotel Savoy novamente erguido, o que é importante para a economia", declarou, argumentando que a fase de execução da obra contribuirá para criar emprego e, "do ponto de vista hoteleiro, será uma mais-valia para a cidade".
Na opinião de Paulo Cafôfo, o que o Funchal não podia era ter "uma cratera ali, que era negativa para cidade e envolvência e esta pode ser a solução depois destes anos todos".
O autarca assegurou que, "da parte dos promotores, a obra é para arrancar já", sublinhando: "Não podemos estar a perder mais tempo. Que o estaleiro seja montado e a obra comece".
O responsável também mencionou que a Câmara do Funchal teve de prorrogar o prazo do projeto por mais três anos, visto que caducava a 16 de dezembro.
Contudo, Paulo Cafôfo mencionou que tem havido conversações com o grupo AFA para fazer "algumas alterações, do ponto de vista estético na avenida do Infante", uma das principais artérias da cidade, para que não represente uma "barreira agressiva naquela zona", indicações que nada têm a ver com a volumetria.
"Mais do que as receitas e taxas que possam entrar no município, o fundamental é resolver um problema para a cidade e estamos certos que, finalmente, chegou o momento de avançar com o Savoy", sustentou o presidente do município.
Paulo Cafôfo reforçou que "toda a gente compreende que a situação não podia prolongar-se e que, num contexto de crise, este pode ser um sinal que há uma certa mudança em termos do ciclo".
As notícias sobre a venda do Savoy foram veiculadas por alguns órgãos de comunicação social, mas responsáveis do grupo AFA contatados pela agência Lusa remeteram informações para tempo oportuno.
Hoje, o Diário de Notícias da Madeira avançou que o grupo AFA comprou todas as ações da Siet Savoy, passando a deter os hotéis Royal Savoy, Savoy Gardens e o projeto de construção do Savoy, parado desde 2011 por falta de financiamento.
Este projeto, na altura "sonhado" por Horário Roque e Joe Berardo, passou pela demolição do centenário edifício hoteleiro da cidade para dar lugar a uma nova unidade que representaria um investimento na ordem dos 170 milhões de euros.