O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, desvalorizou ontem a possibilidade de a companhia aérea easyJet deixar de voar para a região autónoma caso o modelo do subsídio de mobilidade seja alterado.
"Isso não vai acontecer, nem pode acontecer", afirmou o chefe do executivo, realçando que "interessa encontrar um modelo em que as famílias não tenham de adiantar o dinheiro e que os interesses das companhias também estejam assegurados".
O subsídio de mobilidade estabeleceu o valor das passagens aéreas entre a Madeira e o continente em 86 euros para residentes e 65 euros para estudantes, mas as companhias praticam preços muito superiores, pelo que o Governo Regional devolve o excedente ao passageiro, até um teto máximo de 400 euros por viagem.
A companhia de baixo custo easyJet ameaça, no entanto, abandonar a rota caso o subsídio de mobilidade seja alterado, conforme defende o Governo Regional, de modo a que o passageiro pague apenas os 86 ou 65 euros e a transportadora receba a diferença diretamente do Estado.
Em declarações ontem à Antena 1 Madeira, o diretor da companhia em Portugal afirmou que ficar à espera de pagamento do Estado é uma "prática do passado".
"Temos que ultrapassar essa situação e a nossa proposta é encontrar, no quadro da lei que está aprovada, uma solução que não onere as famílias. É apenas isto", disse Miguel Albuquerque, durante uma visita à Cidade do Empreendedor, uma feira de atividades económicas organizada pela Associação de Jovens Empresários da Madeira, que reúne 120 empresas e decorre até domingo no Funchal.
O presidente do Governo Regional considera "inadmissível" que os madeirenses sejam forçados a pagar passagens superiores a 400 euros nas épocas altas, considerando que isso "desvirtua" aquilo que foi uma "grande conquista" em termos de mobilidade, ou seja "passagens aos preços mais baratos de sempre".
"O que precisamos, neste momento, é de encontrar uma solução dentro do quadro das empresas", afirmou, lembrando, no entanto, que para além da easyJet existem mais de 40 companhias a voar para a Madeira, sendo que realizam 395 voos por semana.
Os voos regulares entre o continente e a região autónoma são, no entanto, assegurados pela easyJet e pela TAP.
LUSA