O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, afirmou hoje que a autarquia criou uma estratégia para o turismo, válida por dois anos, para "inovar, valorizar e qualificar" o destino e esbater os ciclos anuais de procura.
"Esta cidade sempre teve turismo e sempre teve ações de turismo, mas a verdade é que as medidas existiam um pouco de forma desgarrada, sem qualquer linha orientadora, sem qualquer estratégia, nem qualquer pensamento sobre as mesmas", disse o autarca durante uma conferência sobre a hotelaria no Funchal.
Paulo Cafôfo sublinhou que a estratégia municipal vai ao encontro dos bons resultados do setor na Região Autónoma da Madeira, onde em 2016 as dormidas ultrapassaram os 7,3 milhões de euros (mais 9,8% do que em 2015) e geraram receitas totais de 376 milhões de euros.
"São taxas de ocupação muito boas, mas também é verdade que dependemos de ciclos", disse o autarca, explicando que a estratégia da Câmara pretende esbater os picos de maior procura, transformando-os numa constante ao longo do ano.
"Por isso, estamos a apostar em determinados segmentos, como o turismo acessível e inclusivo; o turismo ativo, com atividades relacionadas com a natureza; o turismo cultural e urbano e o turismo de bem-estar", realçou.
No decurso da conferência sobre o turismo no Funchal, foi assinado um protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal, e a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), momento que a presidente deste organismo, Cristina Siza Vieira, aproveitou para realçar que o setor é agora um "motor" da economia nacional.
"Passámos de um estado em que o turismo era visto como um parente pobre da economia, para ser, neste momento, um dos motores fundamentais da economia", disse a responsável, sublinhando que o investimento na hotelaria tem permitido que "os bons números cresçam e os maus decresçam".
Cristina Siza Vieira apontou a influência da hotelaria no crescimento do PIB e das exportações, bem como no decréscimo do desemprego e do défice.
A presidente da AHP vincou, por outro lado, que a Região Autónoma da Madeira, ao contrário do resto do país, sempre assumiu "sem complexos nenhuns" que uma das "colunas vertebrais" do turismo é o bom serviço prestado nos hotéis.
LUSA