Apesar de, em relação à informação provisória, o crescimento da economia da RAM ter sido revisto em alta, a variação manteve-se num patamar inferior à média do país (+2,7%), embora essa situação seja imputável à componente CINM, que observou um recuo significativo em 2019.
O crescimento em 2019 foi condicionado pelo desempenho modesto do “Comércio, transportes, alojamento e restauração”, principal ramo da economia regional, cujo Valor Acrescentado Bruto estagnou em termos reais.
De referir que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a componente principal do investimento) realizada na RAM em 2019 fixou-se nos 838,4 milhões de euros, crescendo 11,8%, ou seja, acima do observado para o país (+8,0%). De notar que o montante de FBCF de 2019 é o mais elevado desde 2012.
Quanto ao rendimento disponível bruto (RDB) das famílias da RAM, o mesmo aumentou 2,9% em 2019, fixando-se em termos per capita nos 13 362 euros, traduzindo um índice de disparidade face à média nacional de 95,8, ou seja, situa-se abaixo da referida média em 4,2%. O RDB das famílias registou uma subida de 4,5% no país.
Pandemia provocou recuo no PIB de 14,3% em termos reais em 2020
O INE, na sua primeira estimativa para o ano de 2020, aponta para uma taxa de variação do PIB na Região de -14,3% em termos reais, um desempenho mais gravoso que o observado no país, no qual esta taxa rondou os -8,4%. Naturalmente, a especialização da economia regional em atividades relacionadas e dependentes do turismo explica o pior desempenho da RAM, que também foi, tal como em 2019, prejudicada pelo desempenho das empresas de CINM, cujo PIB diminuiu de forma bastante acentuada.
Por ramo de atividade, em 2020, o VAB do “Comércio, transportes, alojamento e restauração” destacou-se com a maior queda em termos reais (-32,4%), seguido das “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio” (-26,3%), estas fortemente penalizadas pela componente CINM. Com diminuições superiores a 10%, surgem as “Atividades artísticas e de espetáculos; reparação de bens de uso doméstico e outros serviços” (-14,8%) e as “Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água” (-10,6%). Contrariando a tendência geral, destacaram-se as “Atividades financeiras e de seguros” (+1,8%) e a “Construção” (+1,7%). Saliência também para a “Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social“, cujo VAB, que tem forte contributo do sector institucional das Administrações Públicas, cresceu 0,2% em termos reais, contribuindo decisivamente para amortecer a queda da economia do sector privado, muito penalizada pela pandemia da COVID-19.
Quanto ao PIB por habitante, em 2020, o mesmo não ultrapassou os 17 560 euros na Região, enquanto no país este rácio fixou-se nos 19 431 euros. De ressalvar, contudo, que as duas únicas regiões acima da RAM se encontravam também acima da média nacional (Área Metropolitana de Lisboa e Algarve).
Para a Região, os índices de disparidade do PIB per capita face à média nacional (PT=100) e face à média da União Europeia (UE27=100) foram de 90,4 e de 69,0, respetivamente.
A produtividade aparente do trabalho, que corresponde ao rácio entre o VAB e o Emprego, foi de 34 609 euros, abaixo do valor nacional (35 858 euros).
Por fim, é de referir que o INE deverá apresentar os valores definitivos para 2020 daqui por um ano, sendo que, devido à pequena dimensão da economia da Região, as revisões podem ser significativas.