“Este processo tem sido muito complicado, mas temos de facto um processo de despedimento coletivo de 78 pessoas”, afirmou a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, perante os deputados da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, onde foi ouvida esta tarde.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da companhia confirmou que se vão alcançando acordos com os trabalhadores da companhia aérea, que está a ser alvo de um processo de reestruturação.
Em agosto, a mesma fonte confirmou à Lusa que o despedimento coletivo na TAP ia abranger 82 trabalhadores, abaixo dos 124 previstos, após a adesão às medidas de rescisão voluntária.
A companhia aérea iniciou em 26 de julho um processo de despedimento coletivo de 124 trabalhadores, que abrangia 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede.
O Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) interpôs uma providência cautelar para suspender o despedimento coletivo de trabalhadores da TAP seus associados, que deu entrada no Juízo do Trabalho de Loures, em 02 de agosto.
Em 27 de julho várias estruturas sindicais que representam os trabalhadores da TAP já tinham anunciado que iam avançar com ações legais para travar o despedimento coletivo.
Questionada sobre a data expectável para a aprovação da Comissão Europeia ao plano de reestruturação, Christine Ourmières-Widener remeteu a questão para o Governo, que tem liderado as discussões com Bruxelas.
Já questionada sobre a redução de pessoal e se os que permanecem na companhia aérea têm capacidade para assegurar a operação, a presidente executiva considerou que a TAP está com os recursos de que necessita neste momento.
“Se crescermos mais, estamos atentos para adaptarmo-nos a esta necessidade. A verdade é que o crescimento está a ser mais lento do que o esperado”, acrescentou.