"Nesta avaliação ao mercado, o que a agência vem dizer é que a notação mantém-se em BB, melhora a estimativa e a perspetiva de futuro para positivo", declarou Rogério Gouveia à agência Lusa.
Na sexta-feira, na sua página, a DBRS confirmou o rating de emissor de longo prazo da Região Autónoma da Madeira em BB (alto) e o de curto prazo em R-4, informando que "as tendências em todas as classificações foram alteradas para positiva de estável".
O governante madeirense considerou ser "uma classificação que vem ao encontro daquilo que é a expectativa" do executivo deste arquipélago.
"Naturalmente, nós gostaríamos que não fosse só apenas a perspetiva de curto e longo prazo que fosse revista em alta, como de facto foi o que veio a acontecer", afirmou.
Mas, acrescentou, a notação da DBRS, "uma das quatro maiores agências de rating do mundo, indica ao mercado que provavelmente, numa futura avaliação de rating da região nós teremos um incremento da nossa notação de rating", opinou.
A notação "sinaliza ao mercado" que, se a Madeira continuar o trabalho de sustentabilidade das finanças realizado no decorrer dos últimos anos, "é quase uma evidência e consequência ter uma melhoria de rating numa próxima notação e comunicação ao mercado, que será dentro de seis meses", antecipou.
O secretário regional admitiu que teria "gostado que a região tivesse acompanhado aquilo que aconteceu com a República, em que foi melhorada a notificação de ‘rating’".
"Naturalmente gostava, mas também é um facto que historicamente as agências de ‘rating’ primeiro melhoram a República e só numa revisão posterior é que melhoraram as notações de ‘rating’ das regiões autónomas", sublinhou.
O responsável disse existir uma "interdependência financeira entre as regiões autónomas e a República", o que tem "consequências nas classificações de rating que as agências dão a cada uma das regiões autónomas, a Madeira e os Açores".
O governante realçou que as maiores agências de rating do mundo, entre as quais a Moody’s, DBRS e Fitch, "têm sido quase coincidentes na perspetiva do valorizar aquele trabalho que tem sido feito pela região (Madeira) há alguns anos no que diz respeito ao saneamento das finanças públicas regionais".
"É o reconhecimento do longo e árduo trabalho que os governos regionais têm desempenhado nesta região nos últimos anos" e significa que "a política que foi levada a cabo vai no caminho certo", enfatizou.
Segundo Rogério Gouveia, "as agências de rating também acompanham" esta situação, o mesmo acontecendo com "as instituições financeiras que frequentemente trabalham com o Governo Regional", o que se reflete no preço das operações de financiamento que a região faz no mercado, as quais "têm tido historicamente taxas de juro baixas".
Mas, acrescentou, tal "não significa que o trabalho esteja concluído", vincando que "o Governo Regional mantém esse compromisso de dar continuidade a esta política de sustentabilidade, de aumento sustentado da credibilidade financeira da região".
"E é neste caminho que vamos continuar e é com este caminho que as agências também sinalizam que se continuarmos de facto, como temos continuado, provavelmente teremos uma melhoria da rating no próximo semestre. E é isso que fica também expresso nesta comunicação ao mercado feita pela DBRS", concluiu.