Esta nota divide-se em duas partes, uma com a análise dos resultados para o 2.º trimestre de 2021, tendo em conta apenas os três meses do trimestre, e outra com a informação dos últimos doze meses.
Assim, é permitido uma análise das dinâmicas mais recentes do mercado de aquisição de habitação – até tendo em conta o impacto socioeconómico da pandemia COVID-19 – mas condiciona a apresentação de resultados para pequenos domínios territoriais, existindo assim informação ao nível da Região, apenas para o total da RAM e para o município do Funchal.
Crescimento dos preços da habitação na RAM acelerou nos últimos três meses
No 2.º trimestre de 2021 (últimos 3 meses), o preço mediano de alojamentos familiares na RAM foi de 1 460 euros/m2, posicionando-se, a par do Algarve (1 875 euros/m2), da Área Metropolitana de Lisboa (1 757euros/m2) e da Área Metropolitana do Porto (1 333 euros/m2), acima do valor nacional (1 268 euros/m2).
No trimestre em referência, o crescimento desta variável voltou a acelerar na Região, ou seja, mantém-se a tendência de aumento, mas de forma mais expressiva que nos dois trimestres imediatamente anteriores. Enquanto no 1.º trimestre 2021 a taxa de variação homóloga do valor mediano das vendas de alojamentos familiares por m2 havia sido de +1,4%, no 2.º trimestre 2021 esse crescimento acelerou para 11,5%. A nível nacional a aceleração foi menos acentuada, com a taxa de variação homóloga a passar de 3,1% no 1.º trimestre de 2021 para 6,8% no 2.º trimestre. No conjunto das cidades com mais de 100 mil habitantes, pontifica o Funchal, cidade na qual o crescimento também acelerou, com a taxa de variação homóloga a passar de 0,2% no 1.º trimestre 2021 para 2,2% no 2.º trimestre de 2021.
Preço mediano de alojamentos familiares atinge máximo da série
No 2.º trimestre de 2021 (últimos 12 meses), o preço mediano de alojamentos familiares na Região Autónoma da Madeira (RAM) foi de 1 363 euros/m2, traduzindo este valor um aumento trimestral de 3,0% e homólogo de 7,2%. A nível nacional, o preço mediano ascendeu a 1 218 euros/m2 e as variações, pela mesma ordem, foram ambas positivas, de 1,8% e de 7,1%. Note-se ainda que na RAM, o valor do segmento dos alojamentos novos (1 565 euros/m2) continuou a superar o valor dos alojamentos existentes (1 311 euros/m2) em 254 euros/m2.
Quer para Portugal, quer para a RAM, o valor do trimestre em referência é o mais alto da série, que tem início no 1.º trimestre de 2016.
Se se alargar o âmbito de análise aos últimos dois anos (2.º trimestre de 2021 face ao mesmo trimestre de 2019), conclui-se que o preço mediano de alojamentos familiares, na RAM, cresceu 13,1% nesse período, abaixo da média do país (+18,1%).
Para os apartamentos, o valor observado na RAM (1 535 euros/m2) foi superior em 10,2% ao verificado para o conjunto do país (1 393 euros/m2). Nos apartamentos existentes, o valor regional fixou-se nos 1 458 euros/m2, sendo que para o país aquele valor ronda os 1 356 euros/m2.
No município do Funchal, o preço mediano da habitação no 2.º trimestre de 2021 ascendeu aos 1 681 euros/m2, o que significa que este município foi o único da RAM a registar um valor acima da média regional (mais 318 euros/m2). No ranking nacional, o Funchal desceu quatro posições, para o 19.º lugar dos municípios com valor mediano mais elevado. A lista continua a ser liderada por Lisboa (3 318 euros/m2), sendo as posições seguintes ocupadas por municípios da Área Metropolitana de Lisboa, Algarve e Porto. De realçar que do conjunto das cidades portuguesas com mais de 100 mil habitantes (Lisboa, Porto, Funchal, Amadora, Coimbra, Vila Nova de Gaia e Braga), o Funchal surge com o quarto valor mais alto, depois de Lisboa, Porto e Amadora.
Para além do Funchal, os municípios de Santa Cruz, Porto Santo, Câmara de Lobos e de Machico, embora registando preços abaixo da média da RAM, destacaram-se, visto apresentarem valores de expressão considerável, acima dos mil euros (1 266 euros/m2, 1 112 euros/m2, 1 111 euros/m2 e 1 016 euros/m2, respetivamente). O valor mais baixo foi observado em Santana (658 euros/m2).