Para a APIO a queda no consumo resulta da “subida da cotação do ouro que tem impacto direto no setor”.
A subida do preço do ouro tem consequências diretas para os produtores, assim como para os consumidores finais. “Para os produtores, resulta em maiores custos de matéria-prima levando, muitas vezes, à adaptação dos designs para reduzir o peso das peças”, refere a APIO.
A redução do preço das peças também pode ser conseguida através da “produção em toques inferiores, dentro dos limites legais previstos na RJOC [Regime Jurídico da Ourivesaria e das Contrastarias], por exemplo, em vez de utilizar 800% (milésimas) de ouro na composição da liga, os produtos podem optar por toques como 750%, 585% ou 375%, que requerem menos ouro”, salienta a associação.
O toque é o método utilizado para identificar a liga de uma joia preciosa. Em Portugal, a certificação das peças é feita pela Contrastaria, um departamento da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), obedecendo aos toques legais estabelecidos no RJOC.
A APIO salienta ainda que, “em Portugal, existe uma tradição de preferir toques mais altos, o que limita a adoção de toques inferiores, especialmente pelos produtores nacionais”, ao mesmo tempo que se “observa uma maior procura por peças de menos gramagem ou designs alternativos, como forma de os consumidores se adaptarem ao contexto de preços elevados”.
“Nas lojas, verifica-se um aumento do valor dos produtos, o que pode afetar as vendas, sobretudo no segmento de menor poder de compra. Contudo, também surgem oportunidades, como o aumento da procura por peças de ouro enquanto investimento”, concluiu.
A Associação Portuguesa da Indústria de Ourivesaria pretende representar, apoiar e defender os interesses das empresas ligadas à indústria da ourivesaria no país, bem como promover o desenvolvimento e modernização do setor.
Lusa