Em comunicado, o instituto do Porto revela hoje que o estudo, publicado na revista norte-americana MIT Sloan Management Review, analisou o comportamento de consumidores, em mais de 150 mil transações ‘online’ na área do retalho alimentar.
O estudo, desenvolvido por investigadores do INESC TEC e da University of Chicago Booth School of Business (Estados Unidos da América), revelou que uma entrega com dia e horário específico selecionado pelo consumidor é “mais valorizada” do que uma entrega feita num curto espaço de tempo.
A investigação indica que “os consumidores até estão dispostos a esperar mais tempo por uma entrega desde que possam receber o produto num dia da semana que seja da sua conveniência”, revela o instituto.
Os dados recolhidos mostram também que os consumidores “preferem receber os seus pedidos à quinta ou sexta-feira e não durante o fim de semana”.
A fidelidade do cliente e o tamanho do cesto de compras são fatores também valorizados, tendo os dados revelado que os clientes frequentes estão dispostos “a pagar mais pelos mesmos atributos de entrega face a clientes não fidelizados” e clientes com maiores cestos de compra “dispostos a pagar o dobro da taxa de entrega para melhorar a precisão do horário”.
Citado no comunicado, Pedro Amorim, investigador do INESC TEC e docente da Faculdade de Engenharia Universidade do Porto (FEUP), salienta que a “precisão em vez da velocidade é fundamental”.
“Executar uma estratégia dedicada apenas à velocidade pode ser demasiado caro, principalmente para retalhistas de alimentos, cujas margens são notoriamente pequenas. Existe uma opção menos dispendiosa que vale a pena considerar, analisar os dados operacionais sobre os padrões de entrega”, assegura.
Nesse âmbito, os investigadores recomendam aos retalhistas da área alimentar a aposta numa estratégia que combine velocidade, precisão e flexibilidade.
“É fundamental analisar o comportamento do consumidor, adaptar as estratégias de entrega de encomendas consoante os segmentos de clientes e comunicar as suas vantagens face aos concorrentes”, afirma o INESC TEC, acrescentando que as conclusões do estudo podem ser aplicadas a outros retalhistas.