"O novo pacote de ajuda da UE reafirma o nosso compromisso de ajudar os refugiados mais vulneráveis e as suas comunidades de acolhimento no Bangladesh, bem como a população afetada pelos conflitos em Myanmar", declarou o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarčič.
Os fundos disponibilizados pela UE, para serem usados principalmente para cobrir necessidades imediatas como proteção, ajuda alimentar, saúde e abrigo, somam com este novo pacote um total de 41 milhões de euros de ajuda humanitária ao Bangladesh até agora.
Myanmar, por seu lado, recebeu um total de 27 milhões de euros da UE para esse efeito durante o mesmo período.
"A crise dos rohingya atingiu uma escala sem precedentes e a solidariedade internacional continuada é crucial para responder às necessidades humanitárias atuais", alertou o comissário.
Estima-se que existam quase um milhão de refugiados rohingya que vivem em condições precárias no Bangladesh, a maioria em campos de refugiados, e que estão totalmente dependentes da ajuda humanitária externa.
No caso de Myanmar, o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária aumentou de um milhão para 14,4 milhões desde 2021, com quase mais um milhão de pessoas deslocadas internamente, e o acesso à ajuda humanitária tem sido cada vez mais restringido.
A UE tem vindo a prestar assistência ativa às populações do Bangladesh (desde 2002) e de Myanmar (desde 1994), concentrando-se, em particular, na resposta a catástrofes e emergências, ajuda aos refugiados da minoria étnica rohingya e financiamento de assistência de emergência às pessoas afetadas por riscos naturais.
Milhares de rohingya procuraram refúgio no Bangladesh, em particular na zona de Cox’s Bazar, desde meados de agosto de 2017, quando foi lançada, no estado de Rakhine (em Myanmar, antiga Birmânia), uma operação militar do exército contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.
A campanha de repressão do exército de Myanmar contra esta minoria foi descrita pela ONU como uma limpeza étnica.