A CEO da companhia aérea está esta tarde a ser ouvida na Assembleia da República, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, por requerimento do PSD e do PS.
“Os custos de combustível mais elevados e a valorização do USD são obstáculos que tornam mais difícil a realização do plano”, apontou a responsável, acrescentando que os custos estimados com combustível são cerca de 300 milhões de euros superiores ao anteriormente previsto e 200 milhões superior a 2019.
No entanto, Christine Ourmières-Widener reiterou que a sustentabilidade e sobrevivência da TAP são “absolutamente possíveis”, apesar dos desafios.
“Não podemos comprometer o futuro a longo prazo para resultados a curto prazo […] Estamos cuidadosamente otimistas”, acrescentou.
No âmbito do plano de reestruturação de que a TAP está a ser alvo, a Comissão Europeia impôs, entre outras medidas, que a companhia aérea não pode pedir apoio financeiro adicional ao Governo durante os próximos 10 anos, que a transportadora fique limitada a uma frota de 99 aviões, que liberte 18 faixas horárias (‘slots’) no aeroporto de Lisboa e que aliene ou feche ativos não essenciais.
O presidente e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, são hoje ouvidos no parlamento, sobre o plano de reestruturação, a situação económico-financeira e as opções de rotas, nomeadamente no Norte do país.
Os requerimentos do PS e do PSD para audição de Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener foram aprovados por unanimidade, em 27 de abril, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
De acordo com a proposta de Orçamento Estado, o Governo mantém a previsão de injetar este ano até 990 milhões de euros na TAP.
A TAP teve um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros no ano passado, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas relativamente ao ano anterior, segundo comunicou a empresa, esta segunda-feira.
Na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a transportadora aérea nacional explica que registou custos não recorrentes de 1.024,9 milhões – por exemplo, com o encerramento das operações de manutenção no Brasil – que tiveram impacto nos resultados.
No primeiro trimestre deste ano, os prejuízos da TAP S.A. reduziram-se no primeiro trimestre para 121,6 milhões de euros, face ao valor negativo de 365,1 milhões de euros obtido em igual período do ano passado.