A situação mundial altera-se, mas “China e África tratam-se como iguais e apoiam-se mutuamente”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
Guo disse que a viagem de Wang, durante a qual visitou a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria, na semana passada, “promoveu a cooperação China-África em vários domínios, forjando um amplo consenso e alcançando resultados tangíveis no reforço dos intercâmbios entre civilizações, promoção do desenvolvimento ecológico e aprofundamento da cooperação agrícola”.
“China e África sonham com a modernização e não pode haver modernização do mundo sem a modernização de África”, acrescentou o porta-voz, afirmando que a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês “promoveu conjuntamente a reparação das injustiças históricas sofridas por África, a unidade e revitalização do ’Sul Global’ e a construção de um sistema de governação global justo e razoável”.
A visita de Wang “demonstrou a firme determinação da China e de África em trabalhar em conjunto para enfrentar mudanças que não se viam há um século”, segundo Guo.
Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa o ano com uma viagem ao continente africano.
Entre os objetivos de Wang esteve “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em setembro na capital chinesa.
Nessa reunião, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 360 mil milhões de yuan (50,7 mil milhões de dólares, 45,764 mil milhões de euros) para financiar o desenvolvimento de África nos próximos três anos.
O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan (47,6 mil milhões de euros) para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos.
Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan (9,26 mil milhões de euros).
A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares (273 mil milhões de euros), em 2023.
Críticos alertaram para o uso da estratégia do “armadilhamento pela dívida” por Pequim para alargar a influência sobre o continente, através da utilização estratégica do financiamento para tornar os países africanos cativos das exigências da China.
O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros), embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.
Lusa