O vice-presidente do Governo da Madeira assegurou ontem que o voo excecional concertado entre o executivo e a TAP para permitir que estudantes universitários carenciados do arquipélago passem esta quadra com as famílias é uma “operação de excecionalidade”.
Na passada quinta-feira a TAP anunciou que a 20 de dezembro está programada uma “operação especial – Natal na Madeira”, uma solução que surgiu “no âmbito do diálogo construtivo” entre a transportadora aérea e o Governo Regional da Madeira, destinada a facilitar a deslocação de estudantes universitários a passarem o Natal e o Fim de Ano com as respetivas famílias.
“Parece que há pessoas nervosas com o sucesso que vamos introduzindo”, disse Pedro Calado aos jornalistas à margem de uma visita que efetuou a uma empresa de floricultura.
O responsável do executivo madeirense salientou que este é “um voo extraordinário, excecional, feito apenas uma vez”, acrescentando que esta ligação tem um “cariz solidário” que vai abranger entre duas a três centenas de estudantes que “não tinham condições de vir passar o Natal e o Fim de Ano à Madeira”.
Pedro Calado adiantou que este voo se destina aos “estudantes que ainda não tinham reservas efetuadas, que são os mais carenciados”, argumentando que os que têm possibilidades financeiras já fizeram atempadamente as respetivas reservas.
O governante adiantou que esta terça-feira decorre uma reunião entre o executivo regional e 17 agências de viagem da Madeira que “vão operacionalizar este voo”, que é uma “operação charter”.
“Não se justifica mais do que isso [17 agências] porque estamos a falar de 170 bilhetes”, referiu.
O responsável acrescentou que a reunião de trabalho – que acontece pelas 15:00, não havendo declarações à comunicação social – serve para “dar instruções a agências de como são feitas as reservas, que estudantes universitários podem ser beneficiados e quais as condições”.
Também indicou que os bilhetes para este voo podem ser levantados entre os dias 13 e 18 de dezembro, realizando-se a viagem Lisboa/Funchal dia 20 pelas 15:50 e o regresso dia 1 de janeiro às 11:05, sendo uma solução que abrange estudantes que frequentam estabelecimentos do ensino superior em todo o território continental.
“Vamos tentar, embora não seja fácil, chegar aqueles que são carenciados”, sublinhou Pedro Calado, censurando aqueles que tentam “denegrir a operação”.
O vice-presidente do Governo madeirense salientou que este voo “não tem nada a ver com operações regulares”, nem é “uma situação tardia, porque esta operação era inexistente”.
Pedro Calado reforçou que esta é uma “operação de excecionalidade”, indicando que a administração da TAP “ficou sensível” e tentou apoiar o executivo insular no sentido de encontrar uma solução para “as necessidades dos estudantes” da região autónoma.
Ainda disse que esta medida vai ter “um custo irrisório” e que a tripulação será “composta por madeirenses”, realçando que está a decorrer a “tramitação legal”.
Pedro Calado declarou que o Governo Regional aguarda há cerca de ano e meio para resolver com a República a questão da revisão do regime do subsídio de mobilidade, que só agora conseguiu a marcação de uma reunião de trabalho para abordar a questão.
“Não podemos ficar de braços cruzados à espera que Lisboa marque reuniões. Fomos para o campo e esta [ligação] é uma situação única e extraordinária”, vincou.
LUSA