“A despesa em saúde em Portugal, no SNS, cresceu de 8,5 mil milhões de euros em 2015 para 15 mil milhões em 2022. Aí posso dizer que tenho algumas dúvidas de que falte dinheiro, para não dizer muitas dúvidas”, afirmou Mário Centeno, na apresentação do “Boletim Económico” de outubro, em Lisboa.
Questionado sobre o investimento na saúde, o ex-ministro das Finanças considerou que é preciso que todos pensem “amplamente” e “tranquilamente” sobre o tema “e agir”, mantendo equilíbrios orçamentais.
Para Mário Centeno se o aumento do investimento nessa área for a que “o país tomar” serão preciso “ter meios para o pagar e tomar decisões concomitantemente”.
Em julho, a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, em entrevista à Lusa, alertou que “há algo” que também tem de “ser pensado, não basta só aumentar a despesa”.
“Vemos que a área da saúde nos últimos anos tem assistido a um grande crescimento da despesa. Neste momento, já ocupa cerca de 13% da despesa total do Estado. É uma fatia já muito significativa”, realçou, antes de salientar que “nem por isso se tem traduzido uma melhoria na prestação do serviço público”.
Para a presidente do CFP, “não basta pensar que distribuindo mais verbas, alocando mais despesas e aumentando a despesa, isso por si só acarreta a melhoria do serviço público”.
“Não temos instrumentos que sejam capazes de uma adequada priorização da despesa, onde é que o Estado deve estar, onde é que porventura não deve estar ou deve estar menos”, alertou.
Lusa